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A decisão do CFM de proibir a prescrição médica de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética, publicada em resolução nesta terça-feira, 10, no Diário Oficial da União, é mais uma prova da necessidade de investigação e punição da ação no CFM durante a pandemia de Covid-19, quando endossava o tratamento perigoso e ineficaz prescrito por lunáticos da internet e por Jair Bolsonaro.

Após dizer que médico tinha liberdade para receitar cloroquina contra a Covid-19, dando sua contribuição para o charlatanismo durante a pandemia, agora o CFM proíbe que os profissionais receitem anabolizante. A eleição do presidente Lula (PT) parece que está fazendo milagre visto que até o Conselho Federal de Medicina (CFM) pode ter voltado à normalidade, após o estado de estupor científico com Bolsonaro.

Só para lembrar, em setembro de 2021, três organizações diferentes assinaram uma carta aberta pedindo a renúncia da direção do Conselho Federal de Medicina (CFM) por endossar o chamado “tratamento precoce” contra a covid-19. Segundo os profissionais médicos, a postura do Conselho em defesa da “autonomia médica” para receitar tratamento ineficaz e com potencial de causar dano no paciente, representou omissão e cumplicidade diante de medicamentos comprovadamente ineficazes durante a pandemia.

A mudança do CFM só acontece agora após a eleição de Lula. Até julho de 2022, o CFM agia diferente, quando o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, publicou um texto de médico indignado com a submissão do Conselho Federal de Medicina ao charlatanismo e fascismo do governo Bolsonaro. “Mas aquela plateia entusiasmada de doutores assistiu o sangue do povo escorrer solenemente pelo granito imponente da casa da medicina, ora apelidada de palácio da morte”, diz o texto.

Em junho de 2021, se descobriu que pelo menos dois médicos conselheiros do CFM (Conselho Federal de Medicina) participaram de uma reunião do “gabinete da cloroquina’, também conhecido como ‘gabinete paralelo’ do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, que foi investigado pela CPI da Covid. A reunião ocorreu dentro do Palácio do Planalto, em setembro de 2021 e teve a presença de Jair Bolsonaro.

Com a eleição de Lula, o CFM parece ter voltado à luz da ciência. Segundo a entidade, a mudança de direção com a decisão de proibir médicos de receitar anabolizante foi tomada em razão da inexistência de comprovação científica suficiente que sustente o benefício e a segurança do paciente.

A medida destaca a inexistência de estudos clínicos randomizados de boa qualidade metodológica que demonstrem a magnitude dos riscos associados à terapia hormonal androgênica em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres, além da ausência de comprovação científica de condição clínico-patológica na mulher decorrente de baixos níveis de testosterona ou androgênios. 

Por meio de nota, o conselho alerta para os riscos potenciais do uso de doses inadequadas de hormônios e a possibilidade de efeitos colaterais danosos, ainda que com o uso de doses terapêuticas, especialmente em casos de deficiência hormonal não diagnosticada apropriadamente.  (Com informações da Agência Brasil)