.Por Eduardo de Paula Barreto.

Quem mora nas cercanias
De um traiçoeiro vulcão
Não reza Ave-Marias
Pedindo erupção
Mas previdente estuda
Possíveis rotas de fuga
E desobstrui as estradas
Para que os seus pés
Não se queimem nas marés
Do oceano de lava.
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Talvez o vulcão contido
Jamais o seu fogo cuspa
E o vizinho prevenido
Nunca precise de fuga
Mas diante dos sinais
Vapores e gases letais
É imperioso ser realista
Porque as lavas não toleram
Aqueles que as desconsideram
Por serem otimistas.
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Diante da iminência
Da revolta vulcânica
Trocam-se as divergências
E as opiniões antagônicas
Pela unificação dos objetivos
Que ao serem convergidos
Pavimentam o chão que se pisa
Para que todos se salvem
Da lava, vapores e gases
E até mesmo das cinzas.
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