15181232_1866724990280378_2244143435770331354_nA relação entre arte, mobilidade e público é o mote de performances e oficinas de xilogravura, serigrafia, livros e fotografia realizadas no I Festival Volante – Artes Visuais Itinerantes que, durante os dias 10 e 11 de dezembro, reúne na Estação Cultura nove grupos artísticos. Projeto do Xilomóvel – Ateliê Itinerante em parceria com a Confraria dos Ventos, foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural (2015-2016). O evento conta, também, com o show das bandas Čao Laru (França/Brasil) e The Dead Rocks (Brasil).

Nos dois dias, o festival acontece entre 14h e 20h. Os oito ateliês móveis que participam do festival são o Ateliê Nômade, Fotomóbil Narrativas da Luz, Grafatório, Julia Goeldi, L.Amb Laboratório Ambulante, Oficina do Olhar, Sericleta e o próprio Xilomóvel.

O nono é o coletivo convidado Paraísos Íntimos, que ocupa o espaço Ateliê Preparado, dentro de um vagão de trem. Funciona como um laboratório onde os artistas podem experimentar a relação entre o seu trabalho de criação coletiva, a mobilidade e a interação com o público em trânsito. O grupo utiliza a mistura de diversas técnicas, como gravura, monotipia, desenho e colagem, para a produção de livros de artista, objetos e instalações.

A oficina comandada pelo Ateliê Nômade é sobre xilogravura, realizada em uma bicicleta modificada. Em uma caixa acoplada à bike se encontram todos os equipamentos necessários para a produção da xilo, inclusive uma prensa para gravura do tipo “prelo”, feita com madeiras brasileiras pelo artista Lucas Rosa, com técnicas da marcenaria tradicional. A bicicleta fica exposta no local e pode circular pelo espaço antes e depois das oficinas.

Um livro-sanfona sensível à luz, negativos digitais com formas misteriosas e pequenos objetos formam o mini kit, a partir do qual os participantes são convidados a intuir narrativas ao positivar imagens, que só se revelarão por completo ao serem expostas à radiação solar ou às luzes azuis dos baús itinerantes. Os visitantes são instigados a imaginar formas e exercitar o olhar nas composições entre as dobras do livro e as manchas fotossensíveis da cianotipia. Essa experiência acontece no ateliê do Fotomóbil Narrativas da Luz.

No espaço do grupo Grafatório, o público acompanha a criação dos livros, de tiragem única e produzidos na hora, Codex Ex Machina. Para isso, são utilizadas diversas técnicas gráficas, como caligrafia, máquina de escrever, tipografia, xilogravura, linoleogravura, monotipia, clichês, desenho, colagem e encadernação, somando-se a textos escritos em computador, com imagens. O Grafatório é uma associação cultural sem fins lucrativos, baseada em Londrina. O coletivo reúne pesquisadores, designers, artistas visuais e outros profissionais das artes gráficas.

Experimentando a gravação in loco, a atividade Paisagens em água tinta, de Julia Goeldi, do Olhar Itinerante, tem como foco provocar questões relacionadas ao desenho gravado utilizando a água tinta como técnica em um ateliê móvel. Todo o processo de gravação é realizado no próprio ambiente, partindo da percepção das paisagens e movimentos do entorno.

O L.Amb Laboratório Ambulante ensina processos analógicos de fotografia por meio de uma câmera Pin-hole, facilmente construída pelos alunos. Nessa câmera, a luz penetra somente por meio de um pequeno orifício, feito com uma agulha. A revelação da imagem é feita em um laboratório adaptado em um dos vagões de trem ainda existentes na Estação.

Ainda sobre fotografia, as pessoas têm a opção de conhecer, na Oficina do Olhar, o processo fotográfico analógico em uma câmera Lambe-lambe ou câmera-caixote, aparato fotográfico utilizado por fotógrafos de rua no Brasil no início do século XX. Aqui, a fotografia é capturada e revelada na hora, dentro da própria câmera-caixote.

Na parte de serigrafia, o Festival tem a Sericleta, de Mônica Schoenacker. É uma bicicleta equipada com toda a estrutura necessária para a impressão de telas gravadas com vários temas e imagens, tintas, entre outros. Os participantes acompanham a impressão da imagem escolhida, podendo ser usada mais de uma cor, ou seja, uma tela e uma impressão para cada cor. A Sericleta pode circular pelo espaço do local e serão criadas estampas exclusivas para o evento.

O Xilomóvel ministra oficinas de xilogravura utilizando seu equipamento portátil. Nela, falam sobre a técnica e a história da xilogravura, gravam uma matriz em madeira e depois imprimem cópias da imagem produzida. Todo o material necessário para a montagem do ateliê é transportado em uma Veraneio 1976 exposta dentro da estação.

Os grupos atuam simultaneamente, para que o público possa transitar, observar e participar de diversas atividades propostas ao longo do evento. Durante o festival, os visitantes têm a oportunidade, ainda, de gerar energia para a exibição de pequenos filmes através do simples ato de pedalar, com a AroE – Bicicletas Geradoras.

Um show encerra a programação de cada dia, a partir das 18h. O primeiro será o da banda de surf music e rock instrumental The Dead Rocks, formada por Johnny Crash, na guitarra, Paul Punk, no baixo, e Marky Wildstone, na bateria.

No dia seguinte, quem se apresenta é a franco-brasileira Čao Laru. O grupo é resultado do encontro entre seis músicos que optaram por somar suas raízes e seus diferentes universos musicais para a criação de um repertório polifônico de canções do mundo. Uma encruzilhada entre sons dos Balcãs e cirandas brasileiras, expandindo os limites de fronteiras artísticas pré-estabelecidas, para festejar a música em suas várias possibilidades. O show faz parte da primeira turnê que o grupo faz pelo Brasil. As duas bandas tocarão dentro de uma kombi.

Festival Volante – Artes Visuais Itinerantes

Dias 10 e 11 de dezembro (sábado e domingo)
De 14h às 18h
Oficinas: Xilogravura, Serigrafia e Fotografia com os ateliês itinerantes
Processo criativo
Com o coletivo Paraísos Íntimos
AroE

Dia 10 de dezembro (sábado)
Show The Dead Rocks
De 18h às 20h

Dia 11 de dezembro (domingo)
Show Čao Laru
De 18h às 20h

Local: Estação Cultura – Praça Marechal Floriano Peixoto, s/nº – Campinas/SP. Estacionamentos gratuitos pela Rua Francisco Teodoro, 1050, Vila Industrial.
Entrada gratuita