11667331_969643123098444_4084065238217391085_nA programação de cinema do Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, exibirá neste feriado, entre 9 e 12 de julho, diversos filmes que fazem parte da programação dos ciclos que acontecem no Museu.

Nesta quinta, 9, às 19h30, será exibido o filme “Memória de Mulheres”, como parte da programação especial COMULHER, que tem curadoria de Lilliam Bento. Dirigido por Márcia Meireles e Maria Angélica Lemos, o filme percorre a história do movimento feminista no Brasil, destacando alguns nomes e as suas principais pautas, desde o Estado Novo até a Nova República, por meios de entrevistas.

Na sexta-feira, 10, às 19h, o público poderá assistir ao filme “A Cidade Branca”, de Alain Tanner, como parte da Mostra Alain Tanner, que tem curadoria do Cineclube Invert. Um marinheiro suíço desembarca em Lisboa, cansado da sala de motor barulhenta. Para ele, o barco é como “uma fábrica flutuante da gente louca”. Aluga um quarto na cidade. Ele envolve-se com uma moça e começa a filmar tudo o que vê de mágico e surreal na cidade, com os seus olhos de cinegrafista amador. As imagens transformam-se num elo entre ele e a sua mulher, que vive na Suíça, sendo enviadas para ela como se fossem cartas. (Suiça,1983, 108 min).

Também na sexta-feira, às 19h30, será exibido o filme “Todos os dias são seus”, de Márcia Meireles e Maria Angelica Lemos, também dentro da programação especial COMULHER. “Todos os dias são seus” (1992) foi feito em parceria com o Geledés – Instituto da Mulher Negra. O documentário é estruturado em torno de depoimentos e intervalado com dramatizações sobre o tema central: mulheres contaminadas pelo vírus HIV.  Segue, após a introdução, uma série de depoimentos com mulheres que contam sobre o impacto em suas vidas, após a consciência da contaminação.

No sábado, 11, às 16h, a exibição será do filme “Histórias Lésbicas”, dentro da programação especial COMULHER. Dirigido por Maria Angélica Lemos, acompanha cinco depoimentos de mulheres lésbicas que contam suas histórias pessoais diretamente ligadas à lesbofobia em narrativas diferenciadas, o que resulta num painel diversificado e contundente.

Também no sábado, às 16h, será exibido o filme “Réquiem – Um encontro com Fernando Pessoa”, integrando a programação da Mostra Alain Tanner. Requiem acompanha a personagem de Paul por Lisboa, onde este tem um encontro marcado com um convidado: o fantasma do escritor Fernando Pessoa. Entre o meio-dia e a meia-noite, a hora do encontro, Paul cruza-se com uma série de personagens, numa estranha mescla que reúne lisboetas do presente e fantasmas do passado. (França-Suiça – Portugal, 1998, 104 min).

No sábado, às 19h30, o ciclo Aula de Cinema, que tem curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, exibirá o filme “Rashomon”, de Akira Kurosawa. Rashomon, lançado no Japão em 1950, é considerado o filme responsável pela abertura do mercado internacional ao cinema japonês no pós-II Guerra Mundial. Premiado no Festival de Veneza de 1951, alcançou rápida popularidade mundial. Inspirado em dois contos escritos por Ryūnosuke Akutagawa, o filme apresenta um crime sob diversos pontos de vista, deixando o espectador dividido entre o que é verdade e o que é mentira. Akira Kurosawa faz de Rashomon um suspense superior com a maestria que lhe é característica. Ele deixa o espectador numa confusão empolgante, onde cada cena o faz mudar de ideia. O diretor embaralha as peças, ao mesmo tempo em que vai encaixando as partes de um quebra-cabeça cheio de segredos e desejos.

O japonês Akira Kurosawa dirigiu mais de 30 filmes em seus 50 anos de carreira. Legítimo descendente de samurais, começou sua carreira como desenhista de storyboards. Nascido em Ohimachi, Tóquio, em 1910, era o mais jovem de oito irmãos. Com 18 anos já dava seus primeiros passos em direção ao mundo artístico. O cinema entrou em sua vida no ano de 1936, quando assumiu o cargo de diretor assistente. Foi a partir de 1943 que sua carreira de diretor começou a tomar forma com “A Saga do Judô”, que retrata uma série de descobertas: das artes marciais, do judô, da natureza e do amor. Em poucos anos, Kurosawa pode adquirir status suficiente no meio artístico para garantir livre criação em suas produções. “O Anjo Embriagado”, de 1948, foi o primeiro filme que produziu sem a interferência de um grande estúdio. Além disso, marca o começo de sua parceria com o ator Toshirô Mifune, com quem faria 16 filmes. Dois anos depois, em 1950, Kurosawa dirigiu aquele que seria o filme que o lançou no cenário internacional: “Rashomon”, premiado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, sendo o primeiro japonês a alcançar o cinema ocidental. Assim, Kurosawa começava a ganhar projeção internacional, que seria confirmada em poucos anos com os clássicos “Os Sete Samurais” (1954) e “Yojimbo, o Guarda-Costas” (1962).

Também no sábado, às 19h30, será exibido o filme “Lésbicas no Brasil”, de Maria Angélica Lemos, na programação especial COMULHER. O documentário também marca esse posicionamento raro no audiovisual brasileiro, ou seja, a atenção às questões lésbicas em âmbito nacional, assim, lésbicas e nação se interpõem em sequências que se encaixam, num filme estruturado por uma profusão de referências.

Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. Mais informações sobre a programação completa de cinema no museu AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
Centro