(foto marcelo camargo – ag brasil)

Apenas 48h após o governo Lula (PT) anunciar um programa para fortalecer a indústria brasileira, a General Motors (GM) anunciou nesta quarta-feira, 24, durante reunião com o presidente Lula, que fará investimentos de R$ 7 bilhões nos próximos 4 anos. Lula recebeu os presidentes da GM Internacional, Shilpan Amin, e para a América do Sul, Santiago Chamorro. Também participaram da reunião o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Nas últimas campanhas presidenciais, a General Motors do Brasil fez propagandas de veículos invocando temas como progresso e temas que soavam ufanistas num estilo muito semelhante à linguagem usada pelos candidatos de direita e extrema direita. Nas vésperas das eleições, as peças publicitárias da GM pareciam campanhas subliminares para favorecer esses candidatos. Agora decidiu investir com a politica do novo governo de centro esquerda.

O presidente Lula lembrou no encontro com os executivos da GM que o anúncio do investimento ocorre logo após o governo divulgar medidas de apoio ao setor, como os programas Nova Indústria Brasil e Novo PAC. Para ele, o Brasil é o país em melhores condições para liderar a transição energética em nível global. E ressaltou impactos para o desenvolvimento e na inclusão social.

Com o objetivo de impulsionar a indústria nacional até 2033, o programa Nova Indústria Brasil, lançado na segunda-feira (22) pelo governo, usa instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais. O programa também usa incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.

A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção, estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.

A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

Os representantes de diversos segmentos da indústria classificaram o plano de moderno e positivo, num momento em que diversas economias desenvolvidas retomam as políticas industriais.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou a definição de metas e de prioridades para cada uma das seis missões definidas no plano. A entidade lembra que o programa anunciado nesta segunda segue os moldes de um plano entregue por ela própria ao governo no ano passado.

“A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maior e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem”, destacou o vice-presidente da CNI, Léo de Castro, no comunicado.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) também elogiou a nova política. Segundo a entidade, o novo plano demonstra que o governo reconhece a importância da indústria para o desenvolvimento do país. (Com informações da Rede Brasil Atual e Agência Brasil)