O Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Social, da equipe de transição do governo federal, encontrou fortes indícios de crimes eleitorais cometidos no âmbito do Cadastro Único com a finalidade de reeleger Jair Bolsonaro. As manobras, que configuram abuso de poder econômico, foram denunciadas em coletiva, na tarde desta quinta-feira (1º) pelos coordenadores Aloizio Mercadante, Tereza Campello, Márcia Lopes e Simone Tebet.

O GT descobriu um crescimento atípico de 2,5 milhões de pessoas inscritas no Auxílio Brasil, às vésperas das eleições, beneficiários que serão retirados do programa no ano que vem. “O que isso sinaliza? Tem gente preocupada com seu CPF e RG. Porque é crime eleitoral o benefício indevido ao eleitor”, afirmou Mercadante, na coletiva. “Os indícios são muito graves”. (Veja vídeo)

Mercadante também denunciou o uso indevido do consignado do Auxílio Brasil, por meio do qual a Caixa Econômica liberou, para 2 milhões de beneficiários, R$ 4 bilhões em crédito em apenas duas semanas. “Quando o TCU [Tribunal de Contas da União] acende alerta, a Caixa diz que houve problema no sistema e suspende o programa sem justificativa. E acha que ninguém viu. Mas nós vimos”, avisou.

Mercandante reiterou que irá pedir, junto aos órgãos de fiscalização e controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), o TCU, o Ministério Público e a Justiça Eleitoral, uma apuração rigorosa das manobras de Bolsonaro. “Eleição é coisa séria, tem de ter paridade de armas, não pode ter abuso de poder econômico e político, utilizar recursos públicos para comprar votos”, reagiu. (Da redação ptorg)