Após pressão interna do MP-RJ e da sociedade, a promotora bolsonarista, Carmen Eliza Bastos de Carvalho, pediu afastamento do caso que investiga desdobramento do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes.

Carmen (Foto Fernando Frazão/Agencia Brasil)

A promotora participou de uma entrevista coletiva para negar que o porteiro do condomínio tenha ligado para a casa de Jair Bolsonaro no dia do crime. A perícia em que se baseou a promotora demorou apenas 2h25 (link) Além da rapidez, a perícia tem uma série de lacunas e inconsistências (Link), mas mesmo assim foi usada para afastar o envolvimento da família de Bolsonaro na morte da vereadora carioca.

O anúncio do afastamento da promotora foi feito pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que teve de publicar nota informando sobre o afastamento.

“O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) esclarece que as investigações que apontaram os executores de Marielle Franco e Anderson Gomes foram conduzidas pelas Promotoras de Justiça Simone Sibilio e Letícia Emile Petriz. Findas as investigações, a Promotora de Justiça Carmen Eliza Bastos de Carvalho passou a atuar na ação penal em que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são réus, a partir do recebimento da denúncia pelo 4ª Tribunal do Júri da Capital. Sua designação foi definida por critérios técnicos, pela sua incontestável experiência e pela eficácia comprovada de sua atuação em julgamentos no Tribunal do Júri, motivos pelos quais Carmen Eliza vem sendo designada, recorrentemente, pela coordenação do GAECO/MPRJ para atuar em casos complexos. Cumpre informar que, diante da repercussão relativa às postagens da promotora em suas redes sociais, a Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro instaurou procedimento para análise”, informou.

E continuou: “Nesta sexta-feira (01/11), o GAECO/MPRJ recebeu os pais de Marielle Franco, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva, e a viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, que defenderam a permanência de Carmen Eliza à frente do processo penal, em andamento no Tribunal de Justiça. No entanto, em razão dos acontecimentos recentes, que avalia terem alcançado seu ambiente familiar e de trabalho, Carmen Eliza optou voluntariamente por não mais atuar no Caso Marielle Franco e Anderson Gomes, pelas razões explicitadas em carta aberta à sociedade”. (Link)