A população do Uruguai rejeito por referendo o pacote de medida “Viver sem medo”, proposto pelo senador Jorge Larrañaga, do Partido Nacional de direita. A proposta não alcançou os 50% de apoio necessário para ser aprovado. No Brasil, um pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, de extrema-direita, deve ser votado pelo Congresso sem participação da população. O pacote brasileiro, diferente do uruguaio, legaliza o assassinato de suspeitos pelas forças policiais.

Daniel Martínez e Carolina Cosse (foto facebook carolina cosse)

O referendo foi realizado na mesma votação das eleições para presidente da República. As apurações apontam que Daniel Martínez (vice Carolina Cosse), da frente ampla, tem cerca de 39% dos votos, enquanto Luis Lacalle Pou recebeu 29%, levando a disputa para segundo turno. Em terceiro lugar está Ernesto Talvi, do Partido Colorado, com cerca de 12%; e em quarto lugar, Guido Maníni Ríos, do partido Cabildo Abierto, com 10% dos votos.

O referendo anticrime uruguaio tinha como objetivo uma reforma constitucional que abarcaria quatro mudanças que são: a criação de uma Guarda Nacional, formada por até 2 mil militares, para que colaborem com as ações da Polícia no combate ao narcotráfico e ao crime organizado; o cumprimento integral das penas em casos de violação, abuso sexual, assalto, extorsão, sequestro, homicídio, mal tratos e tráfico de drogas; a prisão perpétua para delitos de estupro, abuso sexual e homicídios de menores, assim como homicídios qualificados, podendo ser revisada após 30 anos de prisão; autorização de ações de busca e apreensão noturnas em lugares onde haja fortes indícios de delitos, com prévia autorização judicial.

Para que a reforma fosse aprovada, o “sim” deveria ter maioria absoluta (50% mais um) dos votos. (Com informações da Agência Brasil)