eurritimiaUma manifestação com homens e mulheres vestidos com saia será realizada na próxima segunda-feira, 4 de abril, às 17h, em frente à Prefeitura de Campinas.

Denominada de ‘saiaço’, a manifestação será em apoio ao professor de geografia da rede municipal, Vitor Pelegrin, que foi suspenso há duas semanas por ter vestido saia no desfile de 7 de setembro do ano passado.

O professor foi afastado de suas atividades na Escola Municipal Zeferino Vaz (CAIC) no dia 14 de março por ter usado saia em uma apresentação escolar. Desde então, houve diversas manifestações de apoio ao retorno do professor. Os alunos da escola (que ficaram 2 semanas sem aula de geografia) realizaram dois protestos e redigiram textos de apoio ao professor.

A Rede Minha Campinas, que apoia a manifestação, fez uma petição pedindo o retorno do professor. As cerca de 4000 assinaturas da petição serão entregues para a Secretaria Municipal de Educação, que foi convidada para o evento. A organização da manifestação alega que o professor estava executando um amplo projeto pedagógico inclusivo da escola que já executava antes do desfile.

O professor é acusado de insubordinação pela diretoria da escola e pelo NAED Sudoeste, núcleo regional da Secretaria de Educação. Ele afirma que a suposta insubordinação se refere a tentativa dele de discutir,  com os professores da escola, o processo administrativo que sofre e a dita apresentação escolar no desfile de 7 de setembro do ano passado. Segundo ele, o conteúdo da apresentação foi a execução de um amplo plano pedagógico da escola, discutido e aceito internamente, que repentinamente foi recusado pela diretora sem argumentos concretos.

No desfile, os jovens apresentaram cartazes com dizeres como: “não à homofobia”, “paz” e  “não à violência”. Na ocasião, o professor trajava uma saia como parte da apresentação com o intuito de continuar o debate de gênero, colocado na pauta da escola.

“A Rede Minha Campinas acredita que uma educação melhor passa necessariamente pelo combate ao preconceito dentro e fora das escolas. Queremos nos certificar de que este caso específico não se torne uma política educacional da cidade, limitando debates essenciais na rede municipal,” afirmou Marcelo Nisida é da equipe de mobilização da Minha Campinas.

O evento do dia 4 de abril pode ser encontrado também nas redes sociais.