Por Regis Mesquita

regisOs moradores do estado do Amazonas costumam dizer que lá só existem duas estações: inverno e verão.
Nas duas estações as temperaturas são altas. Mas, no “inverno”, época das chuvas, as nuvens cobrem o sol e a chuva intensa refresca o ambiente.

A época das chuvas vai de dezembro até junho; ou seja, nosso verão é o inverno deles. Próximo da linha do Equador, as estações praticamente não existem. O que muda mesmo é a quantidade de chuvas. Mesmo no período “seco” chove praticamente todos os dias. A consequência é que o total de chuvas anuais pode facilmente ultrapassar 3.000 mm.
Mais chuva, mais cheia. Os rios sobem e alagam suas margens. Avançam sobre a floresta, aumentando sua largura em mais de 200 metros nos rios médios. Os rios maiores chegam a aumentar sua largura em quilômetros.

É o espetáculo anual de expansão e retração dos cursos de água que condiciona o ciclo da vida na floresta e gera belezas que merecem ser admiradas, gravadas e fotografadas.

A cada dia que a inundação aumenta, árvores gigantescas têm seu caule submerso. Sobra, muitas vezes, a copa destas árvores que buscam o sol e servem de pouso para milhares de aves.

Entrar nestes bosques inundados é encontrar uma sinfonia de sons de aves, macacos e muitos outros animais. As paisagens são pinturas lindas que deslumbram os olhos e acalmam a mente dos turistas.

São milhões de plantas submersas ou semissubmersas com suas cores, formatos e texturas filtrando os raios solares e refletindo na água que é tranquila, praticamente um espelho.

É um espetáculo que se aprecia melhor em silêncio e quietude. Escutar dezenas de sons diferentes, enquanto observa a floresta inundada refletida na água é um espetáculo que merece o esforço de sair da sua cidade, pegar o avião até Manaus e depois o barco para o interior do estado.
Veja abaixo mais fotos tiradas nos igarapés do Rio Mamori.