Henri de Toulouse-Lautrec, O divã

Em São Paulo – De 30 de junho a 1 de outubro, poderá ser vista no MASP, Museu de Arte de São Paulo, a exposição Toulouse-Lautrec em Vermelho.

Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) foi um dos artistas europeus mais importantes da virada do século 19 para o século 20, momento decisivo para a arte moderna e palco para as transformações políticas, econômicas e sociais que até hoje marcam a vida nas cidades. O MASP apresenta a mais ampla exposição dedicada ao artista no Brasil, abarcando toda a sua produção, desde os primeiros anos, na década de 1880, até o fim de sua vida, e reunindo 75 obras e 50 documentos. Toulouse-Lautrec em vermelho faz alusão ao salão de entrada de uma luxuosa maison close parisiense, que o artista frequentou nos anos 1890 e onde criou uma relação de amizade com as mulheres que ali trabalhavam. Extrapolando os interiores do salão vermelho, a exposição traz uma profusão de personagens — burgueses, boêmios, trabalhadores, dançarinas e artistas que conviviam em Paris e que fizeram parte do círculo afetivo e artístico de Toulouse-Lautrec.

Toulouse-Lautrec em vermelho se divide em cinco núcleos. O primeiro deles apresenta o mundo das maison closes — “casas fechadas”, em francês — e revela o carinho e a simpatia do pintor em relação às mulheres retratadas. As três obras centrais são apresentadas num painel vermelho, evocando o famoso salão de entrada da maison La Fleur Blanche [A Flor Branca], em Paris.

O segundo núcleo da exposição reúne outras representações de mulheres — algo a que Toulouse-Lautrec dedicou especial atenção —, reunindo lavadeiras, modelos de ateliê, burguesas e nobres, e assim evidenciando ou questionando seu papel social. O terceiro núcleo da exposição é dedicado a retratos masculinos. Ao contrário do que ocorre nas representações femininas, conhecemos os nomes de todos os homens nas pinturas de Toulouse-Lautrec incluídas na exposição, um sintoma eloquente da discriminação entre homens e mulheres e do papel que cada um exerce na sociedade, na história e na cultura visual.

Finalmente, o quarto e o quinto núcleos trazem representações da vida noturna, com seus cabarés, bares, restaurantes e casas de espetáculo que proliferaram em Paris depois que a cidade começou a ser iluminada pela luz elétrica. Aqui vemos diversos personagens, como os trabalhadores que à noite frequentavam o Moulin de la Galette e tentavam esquecer a dura jornada de trabalho, a célebre dançarina Jane Avril (1868-1943) ou o debochado dono de cabaré Aristide Bruant (1851-1925), imortalizados em grandes cartazes que anunciavam seus espetáculos e que acabaram por marcar profundamente a paisagem urbana. Toulouse-Lautrec em vermelho apresenta também uma seleção de 50 documentos, entre cartas, bilhetes, telegramas e fotografias do artista e de seu círculo, que constituem uma memória viva daquela época.

Mais informações na página do MASP. (Carta Campinas com informações de divulgação)