Cenas do espetáculo teatral (.dentro) - uma narrativa sobre uma família que vive em uma casa de onde apenas o pai pode sair e que tem uma regra fundamental: Se vocês permanecerem dentro, estarão protegidos. foto Cecília Bastos/Usp Imagens

Em São Paulo – Encenada por um coletivo de jovens artistas que se conheceram no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, a peça (.dentro) fica em cartaz até o próximo dia 28 de agosto, domingo, no TUSP, o Teatro da Universidade de São Paulo.

(.dentro) é uma narrativa sobre uma família que vive em uma casa de onde apenas o pai pode sair e que tem uma regra fundamental: se vocês permanecerem dentro, estarão protegidos.

Pai e mãe decidem criar os filhos dentro de casa. Forjam, para tanto, um círculo impenetrável ao redor deles, com a elaboração de regras, jogos de linguagem e pequenas narrativas ficcionais.
Dentro de casa desde que nasceram, os filhos revezam-se entre tarefas de aprendizagem e dinâmicas de jogos para passar o tempo, cuidando para cumprir as regras estabelecidas.
O tempo atravessa a casa e se materializa nos aniversários, que ocorrem de forma sistemática e têm grande significado pra família. Cada aniversário marca a sobrevivência daquela estrutura de auto-enclausuramento.

Uma alegoria sobre a tendência contemporânea ao isolamento, à superproteção e ao medo do Outro, a proposta é que a narrativa desta família não deixe de ser também sobre todos nós, sobre as barreiras que instauramos para separar o que é seguro do que é perigoso, e das mentiras que se contam em nome da segurança e da ordem. Dessa ordem violenta, das ações violentas empregadas para mantê-la, não existe outra consequência possível senão mais violência.

Livremente inspirada no filme Dente Canino, do diretor grego Yorgos Lanthimos, a peça retrata situações do cotidiano de maneira estranhada, para que o espectador ao mesmo tempo se identifique e se distancie daquilo que vê.

(.dentro) marca a estreia profissional do grupo, e é resultado de cerca de dez meses de trabalho em processo colaborativo. A peça lança as principais linhas de pesquisa deste coletivo, como o desenvolvimento de uma dramaturgia autoral, o diálogo com outras linguagens artísticas e a construção de uma linguagem cênica própria, tanto no registro de atuação quanto na encenação. A primeira parte do processo contou com a orientação de Antônio Araújo, diretor do Teatro da Vertigem e professor do Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP.

As apresentações acontecem às sextas e sábados, às 21h, e no domingos às 19h. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Direção Maíra do Nascimento
Dramaturgia Vicente Antunes Ramos
Atuadores Amanda Massucci, Fernando Moraes, Juliana Piesco, Rafael de Sousa, Sofia Maruci
Cenografia Ewerton Correia
Cenotécnica Erico Casagrande
Iluminação Matheus Brant
Dramaturgia sonora Marcus Vinícius
Áudiovisual Matheus Brant e Júlia Fávero

Data: até 28 de agosto de 2016
Horário: Sextas e sábados, 21h; domingos, 19h
Observações:75 minutos | 16 anos | Ingressos: R$ 20,00 (inteira) | R$10,00 (meia-entrada)
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