(foto agencia brasil – ebc)

Os pastores evangélicos não dormem no ponto no projeto de controlar totalmente a política, a democracia e as mentes no Brasil.

O bispo Edir Macedo e os grupos evangélicos criaram uma grande armadilha para os concorrentes da Rede Record de televisão. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 5/2023 é o bote final que a Record vai dar na Globo e nas outras emissoras de mídia para se consolidar como a maior TV do Brasil. A PEC é uma ação estruturante da Teologia do Domínio.

O pior é que os executivos da Globo, obcecados por Lula e o PT, não percebem que afundam a cada dia. Não é de hoje que esse grupo do Ali Kamel vem destruindo a Globo economicamente e jornalisticamente.

O grande golpe da Record é a própria PEC apresentada pelo deputado e bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Ou seja, um representante do bispo Edir Macedo e da Record no parlamento. Parece que ele deveria estar cassado, mas Crivella está lá. Para ele, a PEC vai “fortalecer o papel social das igrejas”. Acredita?

A PEC, aprovada na Comissão Especial, estende a isenção tributária de igrejas e templos religiosos no país. Parece inocente a PEC. Vamos fazer o bem, caridade. rsrs. A medida passou por votação simbólica, método em que não há registro eletrônico de votos individuais porque os parlamentares se manifestam apenas por meio de gestos de apoio ou reprovação. Ou seja, caminha bem.

Com essa PEC, os pastores e donos de templos poderão comprar tudo com isenção de impostos. Vão ter um cashback de todo o imposto. Assim, uma associação religiosa pode comprar helicópteros, aviões, câmeras, contratar empresas, construir cenários, tudo e depois receber de volta cerca de 30% de impostos.

Olha que sacada, a Record não pode fazer isso, dizem os deputados porque não é uma associação religiosa. Muito bem, mas pode locar quase de graça ou receber esses equipamentos das associações por meio de uma simples e legal triangulação.

E o pior é que isso já acontece, mesmo sem a isenção de impostos. Veja esse caso escabroso relatado pelo The Intercept. “Ex-pastor da Universal processa a igreja por falta de remuneração ao trabalhar para a Record. A igreja mantém mais de 250 pessoas, incluindo bispos e pastores, na produção de conteúdo para a emissora”, anota a reportagem

“Em uma ação que tramita no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, o Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro pede a condenação da Universal por descumprimento das convenções coletivas de trabalho da categoria. O sindicato listou programas produzidos pela igreja que, de acordo com depoimentos de ex-religiosos, têm a supervisão e coordenação de bispos e pastores: “Fala que eu te escuto”, “The Love School”, “Entrelinhas” e “O Santo Culto em seu Lar”, entre outros”…)Um ex-religioso ouvido pelo Intercept na condição de anonimato afirma que a Igreja Universal mantém hoje uma equipe de 250 pessoas – 130 no Templo de Salomão e 120 na catedral João Dias, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo –, responsável por produzir conteúdo para a Record e outras emissoras.”, anota

O que até agora era uma concorrência com mão de obra gratuita, a PEC vai transformar essa associação em um grande negócio de mídia. A Record poderá receber a custos reduzidos todos os equipamentos e serviços com a farra de impostos para templos.

Enquanto isso, os executivos da Globo estão preocupados em criticar o Lula por ele se indignar com as crianças mortas em Gaza. Haja burrice!