(foto de vídeo – reprodução rede social)

Dois dias depois do ato chamado pela extrema direita Bolsonarista para defender a impunidade na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro, um encontro de 50 organizações da sociedade civil foi realizado na terça-feira, 27, para debater desafios e estratégias para a integridade e o aprimoramento do processo eleitoral no pleito de 2024 no Brasil.

As organizações presentes, que compõem a coalizão Pacto pela Democracia, elencaram a confiança no processo eleitoral e nas urnas eletrônicas como o grande desafio e a principal prioridade do trabalho do Pacto pela Democracia no presente ciclo eleitoral, do pleito municipal de 2024 às eleições nacionais em 2026.

A campanha de desinformação sobre o sistema eleitoral disseminado pela extrema-direita bolsonarista, que resultou em uma significativa suspeição de um sistema mundialmente reputado por sua qualidade e credibilidade (cerca de 40% do eleitorado diz acreditar que Lula não venceu as eleições de 2022), foi justamente a grande aposta para a tentativa de uma ruptura democrática e sua manutenção no poder no Brasil, como assistimos em 8 de janeiro de 2023.

Segundo pesquisa realizada pela USP com os participantes do ato da extrema direita verde e amarela no último domingo,25, foi um verdadeiro show ‘déficit cognitivo’ promovido pela desinformação. Para 94%, o Brasil vive uma “ditadura”. E 88% acreditam que Bolsonaro ganhou as eleições em 2022.

Em 2014 o resultado eleitoral foi questionado para tentar deturpar o processo pela primeira vez na recente história democrática brasileira, e ao longo dos últimos anos as instituições eleitorais foram alvo preferencial do processo explícito e sistemático de ataques à nossa democracia com objetivos de solapar a confiança e abrir caminhos para alternativas autoritárias.

A coalizão do Pacto pela Democracia planeja trabalhar de forma coordenada de 2024 a 2026 para ampliar a confiança da população brasileira no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas, com o grande objetivo de garantir continuidade e estabilidade democráticas no país.

“O desafio para ampliar confiança nas urnas e no processo eleitoral como um todo não se muda do dia para a noite, é um processo para reverter os danos dessa ‘máquina da desinformação’. Nesse encontro buscamos olhar para o ciclo eleitoral até 2026, já que as eleições deste ano são um momento vital para coordenar, criar, testar estratégias, campanhas visando à manutenção e ao fortalecimento da democracia nos próximos anos”, afirma Flávia Pellegrino, coordenadora executiva do Pacto pela Democracia.

Além deste foco prioritário, as organizações do Pacto também irão atuar a fim de ampliar o debate de regulamentação dos conteúdos nas plataformas de redes sociais, fortalecer iniciativas voltadas ao aprimoramento da representação nas instituições municipais, promover campanhas de estímulo ao voto jovem e de combate à violência política, além de outras iniciativas que buscarão tornar o processo eleitoral de 2024 mais participativo, dialógico, transparente e, portanto, mais democrático. (Com informações de divulgação)