(foto ricardo stuckert – pr)

A fundamental participação da primeira-dama Janja nos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 começa a ficar clara. O documentário “8/1: A Democracia Resiste”, da GloboNews, que estreou neste domingo, 7, reafirmou a importância da participação da primeira-dama, Janja da Silva, nos momentos tensos em que os extremistas bolsonaristas tentavam um golpe de Estado ao atacar a Praça dos Três Poderes na tarde do dia 8 de janeiro.

O presidente Lula, que estava em Araraquara, disse que foi sua esposa, Janja, a responsável por alertar que decretar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) seria tudo o que os militares queriam. A participação de Janja foi decisiva para dar agilidade na decisão presidencial de Lula. Ela já descartou de imediato a GLO, que era uma das hipóteses levantadas pelos integrantes do governo naquele momento.

A participação de Janja já havia sido narrada pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva, na época dos acontecimentos. No documentário, ele narra em detalhes: “Quando começa o debate sobre a GLO, a Janja está sentada. Ela se levanta, fica em pé e diz: ‘GLO não! É entregar para os militares’. Isso abriu caminho para as outras alternativas e tornou a decisão presidencial célere.

Janja também, no momento de tensão, liga para o gabinete do presidente Lula em Brasília, conta Edinho Silva. “E aí atende um segurança. O segurança afirmou que ninguém entraria no gabinete do presidente Lula”. Outro simbolismo importante naquele momento era preservar o Gabinete Presidencial.

Histórico

Rosângela Lula da Silva, popularmente conhecida como Janja, tem uma formação sólida. Ele é uma socióloga e se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1983, quando tinha 17 anos, época em que começou a se mobilizar nas campanhas das Diretas Já e nos comícios do partido como militante política. Em razão disso, descreve-se publicamente como “petista de carteirinha”.

Em 1984, ela ingressou no curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Paraná (UFPR), atuando no movimento estudantil do centro acadêmico. No entanto, decidiu interromper a faculdade; posteriormente, acabou retomando os estudos e concluiu sua graduação em 1991.

Ainda na década de 1980, trabalhou na área de saúde e ação social na Prefeitura Curitiba. Após a graduação na UFPR, por volta de 1993, Janja cursou especialização em “História e Cidade” na mesma instituição.

Entre 1995 e 1996, Janja atuou como docente colaboradora do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Janja também trabalhou como parte da liderança do PT na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), onde foi admitida como assessora parlamentar do engenheiro e então deputado Péricles de Holleben Mello (PT), sendo nomeada em fevereiro e exonerada em setembro daquele ano. Readmitida em março de 1997 para a mesma função, permaneceu na ALEP até agosto de 2001. Na capital paranaense, Rosângela obteve seu MBA em Gestão Social e Sustentabilidade, pela Universidade Positivo.

Em janeiro de 2001, começou a trabalhar na CHROMA Engenharia, empresa que ajudou na construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, onde Janja atuou, até janeiro de 2003, no remanejamento da população atingida pela construção da hidrelétrica, em operação desde 2005. Em 2002, em Curitiba, abriu uma empresa de consultoria, Princípio Consultoria, Assessoria e Pesquisa Ltda. (baixada em 2021), junto com sua amiga e sócia Margarida Quadros, nomeada assessora especial da presidência da República em maio de 2023.

No dia 1.º de janeiro de 2005, aos 38 anos, Rosângela Lula da Silva ingressou na Itaipu Binacional. Na hidrelétrica, atuou como assistente do então diretor-geral, Jorge Samek, e coordenadora de programas voltados ao desenvolvimento sustentável.

Em novembro de 2022, através da Revista Noticias (periódico argentino), foi comparada à ex-primeira-dama da Argentina Evita Perón, pelo protagonismo e influência exercidos durante a campanha do marido. Não foi só na campanha. Janja deu um xeque-mate na tentativa de golpe de Estado no Brasil. (Com informações da Wikipedia)