Um pouco de história pode nos ajudar a entender a violência cotidiana que se espalhou no Brasil como a sofrida pela jornalista Vera Magalhães ao ser assediada por um deputado bolsonarista, em São Paulo. Ou com os funcionários do restaurante da Paola Carossella. Ou alguns eleitores do PT que foram mortos nos últimos anos por defensores do bolsonarismo.

(foto de vídeo)

É preciso conhecer a história e não ser tolerante com grupos antidemocráticos, autoritários e violentos.

A jornalista Vera Magalhães adulou personagens fascistas desse momento histórico do Brasil e ignorou a história do nazismo. É preciso lembrar da Alemanha nazi-fascista. Certa vez em um twiiter chamou o professor e ex-candidato à Presidência da República, Guilherme Boulos, de “bandido”, assumindo a criminalização (típica do fascismo) de políticos de esquerda. Essa foi uma das contribuições de Vera no momento de ascensão do bolsonarismo.

Após vencer os adversários e ganhar ao poder, os nazistas começaram a ver seus adversários dentro do próprio do ninho nazista. Dentro do nazi-fascismo, qualquer discordância pode transformar um aliado em inimigo.

No Brasil, os ataques violentos começaram contra a própria Dilma Rousseff (não só ao governo), depois a Lula, aos petistas, depois aos esquerdistas e, depois, a todos os democratas condescendentes. Após assumir o governo, o Bolsonarismo começou a atacar quem o apoiou e passou a ter alguma discordância. Vários romperam com o bolsonarismo nesse processo. Alguns morreram outros são atacados.

Vale lembrar o que ocorreu entre 30 de junho e 1 de julho de 1934, no episódio conhecido como Pacto da Alemanha.

Um agrupamento nazista promoveu uma onda de assassinatos dos próprios nazistas. Entre as vítimas, estava o ex-chefe da SA,  Ernest Röhm e vários integrantes do partido. Após não ter qualquer controle, o autoritarismo é imprevisível.

Um dos nazistas mortos foi o jovem Herbert Hentsch:

“Já passa das dez e meia da noite quando o jovem Herbert Hentsch, membro da SA de Dresden, na Saxônia, recebeu um telefonema. Três camaradas da organização chamaram-no para um encontro. O rapaz de 26 anos vestiu seu uniforme pardo (da SA nazista) e despediu-se de sua mãe, a viúva Klara Bochmann, prometendo não demorar. Ele não voltaria mais para casa. Seu corpo foi encontrado várias semanas depois daquela noite de 4 de novembro de 1932. Herntsch havia sido espancado e assassinado com um tiro no peito. Amarrado pelas pernas e enfiado num saco plástico cheio de pedras, seu corpo foi jogado numa represa” (p.265 de Cozinha Venenosa) .

Em 2016 publicamos um texto sobre o livro Cozinha Venenosa, de Sílvia Bittencourt, veja link abaixo).