As obras dos artistas Genivaldo Amorim, residente em Valinhos e natural de Umuarama, Paraná, e Jorge Dias, natural de Maputo, Moçambique, são destaque na exposição “Espécies Nativas”, que acontece no Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini, ou Parque Festa do Figo, em Valinhos, entre os dias 05, data em que acontece a sua abertura, e 28 de agosto. A visitação é aberta ao público em geral e gratuita.

Uma das obras expostas é As Caravelas São Sempre Perigosas, de Genivaldo Amorim, uma grande instalação composta de 18 peças com cerca de 160 cm cada, feitas de arame, tecido e espuma, dispostas em cinco fileiras com quatro e três peças em cada uma delas. Por um lado, as peças vermelhas dentro da estrutura metálica lembram o corpo transparente das águas vivas, que deixa vislumbrar seus órgãos internos. Por outro, a disposição das peças no espaço, com os cabos de aço de sustentação, nos remete a um outro tipo de caravela, a embarcação, e nos perigos que ela muitas vezes representava. Uma grande instalação composta por 18 peças, feitas de arame, tecido e espuma.

(Foto: Divulgação)

Também de Genivaldo Amorim, a mostra vai trazer Peçonhas, que deriva de outra criação do artista: a Bicho de Corpo Mole, Mas de Pele Boa. Na nova obra, as peças vermelhas, feitas de tecido pintado e espuma, que antes ficavam na posição horizontal, serão montadas verticalmente, e a cada uma delas será acoplada uma espécie de escultura feita de arame, como um exoesqueleto que estrutura esse corpo mole. A instalação será composta por 30 peças com cerca de 150 cm cada, dispostas em diversas alturas no espaço.

Jorge Dias trará para a exposição Casulos, uma obra que foi instalada pela primeira vez no Brasil, após o período de formação do artista na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e já passou por diversos países, acompanhando sua trajetória. Composta, a princípio, predominantemente por roupas usadas — que faziam pensar sobre a história daqueles que as usaram –, ela se transformou ao longo do tempo e passou, aos poucos, a incluir em sua trama materiais mais efêmeros, como papéis, sobras industriais, cordas, barbantes, linhas e espuma, além dos tecidos.

A partir de 2003, a obra passou a ser exposta em espaços exteriores – como o Museu Nacional da Arte de Maputo, Moçambique – o que ressaltou sua efemeridade, fazendo com que sofresse diversas mudanças, também, devido aos impactos do sol, do vento e da chuva, com alterações em suas cores e texturas, e com que se deteriorasse e caísse ao chão. Ao seu redor, nasciam novas plantas e flores. “Era uma verdadeira transformação”, afirma Jorge Dias, que deseja que seus Casulos possam ser uma representação da mudança – individual e social – para novas formas de ser.

Todos os materiais são derivados dos locais onde a obra é produzida, o que possibilita uma maior conexão do artista com cada local. A Casulos retorna agora ao Brasil produzida com plástico reciclado coletado aqui, em solo brasileiro. Ao final da exposição, os materiais serão reaproveitados ou descartados de forma ecológica.

(Foto: Divulgação)

Além da Casulos, o artista Jorge Dias também vai trazer Fluxos: Linhas e Cores, construída com materiais simples, basicamente bolas e linhas, que dão forma ao trabalho a partir do acúmulo, repetições e tensões das linhas que estruturam o conjunto. Essa é uma obra que respeita a arquitetura ou as estruturas (materiais ou naturais) disponíveis no local. As disposições desses pontos de ancoragem são os elementos que darão a conformação final ao trabalho.

A curadoria da mostra é de Andrés Inocente Martín Hernández. A exposição é um projeto realizado com o apoio do ProAC Edital/2021 e será realizada no Pavilhão Vereador Antônio Palácio Netto em Valinhos.

Exposição Espécies Nativas

Artistas: Genivaldo Amorim e Jorge Dias

Local: Pavilhão Vereador Antônio Palácio Netto (dentro do Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini, o Parque da Festa do Figo), em Valinhos

Endereço: R. Dom João VI, 82 – Jardim Planalto, Valinhos – SP, 13277-040

Abertura: 5 de agosto, às 20h

Visitação: 6 a 28 de agosto

Horários: quartas a sextas, das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 17h

Entrada: gratuita 

Classificação indicativa: livre

(Carta Campinas com informações de divulgação)