Em São Paulo – Até o dia 7 de agosto, poderá ser vista no Sesc 24 de Maio a exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil”.

Um céu partido ao meio fachada (Imagem: Divulgação)

A exposição reflete sobre a noção de “arte moderna” no Brasil para além da década de 1920 e do protagonismo muitas vezes atribuído pela história da arte a São Paulo. Para tal, são reunidas obras de um arco temporal que vai do final do século XIX a meados do século XX, além da essencial presença de artistas que desenvolveram suas pesquisas em diversos estados brasileiros.

O título da exposição é inspirado em antigas casas de Belém do Pará, com fachadas elaboradas pela justaposição de azulejos quebrados, formando desenhos geométricos angulados e coloridos. Conhecido como “raio que o parta”, este estilo arquitetônico foi influenciado pelo modernismo nas artes plásticas, em uma busca por superação dos modelos neocolonial e eclético, vistos pela elite paraense como ultrapassados. O modismo deste novo estilo não se restringiu às elites locais, sendo logo apropriado por outras camadas da sociedade, que popularizaram a nova arquitetura pelos bairros de Belém do Pará, a partir da década de 1950.

Obra de José Antônio da Silva – Divulgação/ Sesc de São Paulo

Ao articular a noção de modernidade com o território brasileiro, a exposição Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil pretende repensar a centralidade desse evento que ficou marcado na escrita da história da arte no país, a partir de uma ampliação não apenas cronológica, mas também geográfica. Trata-se de um projeto que visa dar prosseguimento ao reconhecimento da importância do movimento modernista de São Paulo e, ao mesmo tempo, mostrar ao público que arte moderna já era discutida por muitos artistas, intelectuais e instituições de Norte a Sul do país, desde o final do século XIX, perdurando esse debate até o final da primeira metade do século XX.

“América do Sul”, de Joaquim do Rego Monteiro (1927) / Crédito: Coleção Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM

A intenção da exposição é dar atenção aos diversos tipos de linguagens e formas de criar e compartilhar imagens nesse período. Para além das linguagens das belas-artes (desenho, pintura, escultura e arquitetura), o projeto traz exemplos importantes de fotografia, do cinema, das revistas ilustradas e de documentação de ações efêmeras, essenciais para ampliar a compreensão das muitas modernidades presentes no Brasil. O projeto surge a partir do trabalho de sete pesquisadores, dedicados a diferentes regiões do país, que têm larga experiência em discussões a respeito da arte moderna na interseção entre o local e o nacional. A partir dessas pesquisas, suas múltiplas vozes e interesses, a exposição será dividida em núcleos baseados em tópicos constantes a esse período histórico no Brasil, os quais serão apresentados ao público de forma didática. A intenção é levar ao público a certeza de que a noção de Arte Moderna, no Brasil, é tão diversa quanto as múltiplas culturas, sotaques e narrativas que compõem um país de dimensão continental.

A mostra integra o projeto Diversos 22, do Sesc São Paulo, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência, refletindo criticamente sobre as diversas narrativas de construção e projeção de um Brasil, e traz cerca de 600 obras de 200 artistas, como Lídia Baís, Mestre Zumba, Genaro de Carvalho, Anita Malfatti, Tomie Ohtake, Raimundo Cela, Pagu, Alberto da Veiga Guignard, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Mestre Vitalino, dentre outros.

Obra de Aurora Cursino Santos / Crédito: Museu Osorio Cesar

Curadoria: Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca
Curadoria-geral: Raphael Fonseca
Curadores-assistentes: Breno de Faria, Ludimilla Fonseca e Renato Menezes
Consultoria: Fernanda Pitta

Sesc 24 de Maio
Rua 24 de Maio, 109 – Centro/SP – 350 metros da estação  República do metrô
Período expositivo: 10/02 a 07/08/2022
Funcionamento da unidade: terça a sábado, das 10h  às 20h. Domingo e feriado, das 10h às 18h* *os horários de funcionamento podem sofrer  alterações, conforme orientações sanitárias vigentes. Maiores de 12 anos deverão apresentar  comprovante de vacinação contra COVID-19 (físico ou digital), evidenciando as duas doses, ou dose única. Agendamento de grupos: [email protected]
Classificação  indicativa: livre
Gratuito

Mais informações no SITE do Sesc SP

ACESSIBILIDADE
A exposição possui recursos de acessibilidade como audiodescrição, videoguia em libras, recursos táteis e textos traduzidos para os idiomas português, inglês e espanhol que estão a disposição do público para acesso livre e autônomo.

EDUCATIVO
Visitas mediadas para o público espontâneo
Sábado e domingo, às 11h e 15h. Duração de 40 min.

Visitas para grupos agendados
Terça a quinta, às 10h30, 14h30 e 18h30. Duração de 1h30.
Agendamento através de contato prévio pelo email [email protected]

Atenção! Não é permitida a entrada no espaço expositivo com malas e mochilas. Para guardar seus pertences utilize os armários do 4º andar.

Para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo é necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital) e um documento com foto:

  • Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo as duas doses ou dose única da vacina.
  • Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar comprovante evidenciando uma dose (consulte o calendário e as orientações do município onde acontecerá a atividade).

Recomenda-se o uso da máscara cobrindo boca e nariz.

Para atividades com ingresso, será necessário apresentar o QRCode na entrada da atividade.

(Carta Campinas com informações de divulgação)