Em algumas capitais do Brasil, o número de mortes notificadas como SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) chega a ser 10 vezes maior do que por Covid-19. Esse dado anormal pode estar relacionado com a baixa testagem ou com dados não confiáveis. Isso porque a maioria dos mortos por Covid-19 também morre de insuficiência respiratória. E, por isso, os pesquisadores denominam o novo coronavírus de SARS-COV-2, ou seja, Covid-19 e SARS são praticamente a mesma coisa.

(graficos marcelos soares -lagom data – twitter)

Gráficos elaborados pelo jornalista Marcelo Soares mostram que as cidades com alto número de mortes por SARS coincidem também com baixa testagem. Nos dados dos governos estaduais também acontece o mesmo. “Nos Estados, o que me preocupa é a seguinte lógica: se o problema é a Covid, governador resolve o problema testando mal e dizendo que venceu a Covid. Enquanto isso, pacientes com suspeita vão morrendo por síndrome respiratória, mas isso não é problema se não chamar de Covid”, afirmou no Twitter.

Campo Grande (MS), por exemplo, tem 11,6 mortes por SARS para cada morte por Covid-19. A cidade de Curitiba tem 9,6 mortes por SARS para cada morte por Covid-19. Belo Horizonte chegou a ter 9,3 mortes por SARS para cada morte por Covid. No outro extremo está Macapá (AP), cidade que mais faz testagem. Macapá aparece com 9 mortes por Covid para cada morte por SARS, do lado oposto. Talvez seja hora de incluir SARS junto com os dados da Covid para desestimular a subnotificação.

Veja gráficos que as mortes por SARS (em português SRAG) não aumentaram em Macapá junto com o crescimento da Covid, mas dispararam em BH junto e ao mesmo tempo em que houve o aumento de Covid.