(imagem pexels – pl)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

No autodegredo está o remédio
Contra o mal que nos consome
Nele o rico sente tédio
Enquanto o pobre sente fome
E tem que escolher
Entre jejuar sem querer
Ou enfrentar o inimigo
Que fica do lado de fora
Paciente esperando a hora
De invadir os corpos famintos.
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Cai o índice de isolamento
Aumenta o número de óbitos
Tornando maior o desalento
Nos que choram seus mortos
E que são proibidos
De abraçar os entes queridos
Que eternamente dormem
E passam a apoiar tais medidas
Quando os que eram estatística
Se tornam indivíduos com nome.
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A arma do algoz
É a invisibilidade
E a distância entre nós
É a sua vulnerabilidade
Portanto tomemos os abraços
Beijos e também os passos
E os guardemos no degredo
E assim o amor acumulado
Em breve será compartilhado
Sem limitações nem medo.
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16/05/2020

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