O governo Bolsonaro (PSL), por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou edital no Diário Oficial da União dessa quarta-feira (21) chamamento público de empresas especializadas no fornecimento diário por imagens de satélites de alta resolução espacial para geração de alertas diários de indícios de desmatamento.

(imagem : luiz gustavo – icmbio)

O serviço com os dados mais precisos do mundo e com os melhores cientistas já é feito de graça para o governo pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O INPE é reconhecido mundialmente como o instituto com os dados mais precisos sobre desmatamento.- LINK) Os brasileiros já pagaram por esse serviço, ao manter o instituto com nível de excelência internacional, e agora vão pagar dobrado.

Bolsonaro pode destruir a liderança mundial do INPE, diz cientista Carlos Nobre

O documento, assinado pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges de Azevedo, diz que a medida justifica-se pela “busca de uma solução viável e operacional para atuação mais eficiente, eficaz, efetiva e com maior celeridade na gestão das ações de fiscalização ambiental no combate ao desmatamento ilegal e exploração florestal seletiva ilegal na região Amazônica”.

Apesar de o governo ter tomado várias medidas que praticamente impossibilitam a fiscalização e facilitaram o desmatamento, o texto do edital diz ainda que o Ibama, por mor meio de sua Diretoria de Proteção (Dipro), objetiva combater o desmatamento ilegal na Amazônia Legal de forma preventiva ou, no mínimo, contemporânea (SIC!), para que seja possível interromper a ação criminosa, viabilizando uma atuação mais expedita e não permitindo a evolução e consolidação da ocorrência do ilícito.

Hoje (22), Bolsonaro voltou inventar que organizações não governamentais (ONGs) podem estar por trás dos incêndios. “Pode ser fazendeiro, pode, todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs”, disse sem qualquer constrangimento pela fala, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira. (Agência Brasil/Carta Campinas)