Em São Paulo – “O disco é uma crônica de costumes urbanos – apenas isso, o que já não é pouca coisa!”, adianta Tom Zé sobre “Grande Liquidação” (1968), o primeiro álbum de sua carreira. Tom, em tom de comemoração, sobe ao palco do Sesc Pompeia nos dias 15 e 16 de dezembro, com as canções que foram inspiradas na cidade de São Paulo e seus hábitos.

O cantor baiano, ao chegar na terra da garoa, assistiu ao filme “São Paula S/A”, de Luís Sérgio Person, com Walmor Chagas e Eva Vilma, e quando saiu do cinema na década 60 “ficou arrepiado, porque foi uma verdadeira iniciação em muitos ideais dos habitantes da cidade”, e completa seu questionamento interno confessando que “outra coisa que serviu de inspiração foi que toda loja estava se transformando em banco, com a popularização do chamado crediário”.

Dessa efervescência de ideias, borbulhando em sua cabeça, nasceram os versos sem entrada e sem mais nada / sem dor e sem fiador / crediário dando sopa / pro samba eu já tenho roupa / oba, oba, oba. Outro cenário que o instigou foi quando leu em um adesivo de um carro não buzine que eu estou paquerando, “fiquei assombrado, pensando que numa cidade onde o trabalho é tão amado aquele adesivo podia desencadear uma surra no paquerador”, diz Tom.

Tom Zé, hoje, nos auge dos seus oitenta e poucos anos, reforça que a crônica social estava em plena moda. Conta que colegas como Marcelino Dias de Carvalho e outros especialistas davam aulas de procedimento elegante. Dessa movimentação, surgiu a canção “Curso Intensivo de Boas Maneiras”, e assim seguiu repetindo o procedimento de usar a cidade e seus hábitos e habitantes como inspiração em quase todas as outras músicas.

Grande Liquidação foi lançado antes da final do IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record. Nesse festival, Tom ganhou o primeiro lugar com a música “São São Paulo Meu Amor” e o quarto lugar com “2001”, com parceria de Rita Lee, defendida – na ocasião – pelo grupo Os Mutantes. No show do Sesc Pompeia, o cantor traz “2001” entre outras surpresas, mesclando com o repertório do álbum de 68.

Tom divide o palco acompanhado por: Jarbas Mariz (cavaquinho e voz), Cristina Carneiro (teclados e voz), Daniel Maia (guitarra, voz e produção), os irmãos Felipe Alves (baixo e voz) e Fábio Alves (bateria). (Carta Campinas com informações de divulgação)

Tom Zé
Dias 15 e 16 de dezembro de 2018. Sábado, às 21h, domingo, às 18h
Teatro
*O Teatro do Sesc Pompeia possui lugares marcados e galerias superiores não numeradas. Por motivo de segurança, não é permitida a permanência de menores de 12 anos nas galerias, mesmo que acompanhados dos pais ou responsáveis. Abertura da casa com 30 minutos de antecedência ao início do show.
Ingressos: R$9 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$30 (inteira).
Venda online a partir de 4 de dezembro, terça-feira, às 12h.
Venda presencial nas unidades do Sesc SP a partir de 5 de dezembro, quarta-feira, às 17h30.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não há estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia