O ex-presidente Lula é uma liderança incontestável e deverá sair ainda mais forte da prisão. Só não se sabe quando isso vai acontecer.

Isso poderá fortalecer novamente o Partido dos Trabalhadores, que foi combatido nos últimos anos de forma avassaladora por um acordo explícito do cartel midiático, respaldado por um partido político heterodoxo: o PJ (Partido do Judiciário).

As eleições estão aí e não há solução para o PT se não mostrar à população no horário eleitoral o que o PJ fez nos últimos anos: as ações ilegais da Lava Jato, a rapidez do TRF-4, a falta de provas que libertam e prendem, os privilégios dos delatores, a impunidade do PSDB, as manobras de Cármen Lúcia, o caso Vacari x Paulo Preto, o caso Lula x Azeredo, os salários do Judiciário etc.

Desde as eleições de 2014, o PT não tem adversário no campo político. Antes havia uma disputa entre o PSDB e o PT, mas hoje isso não existe mais. Com a entrada em campo do PJ, liderado por Sérgio Moro e outros partidários do MPF, o PSDB não precisou mais combater o PT.  O PSDB surfa pela tangente.

A verdade é que os petistas não têm mais adversários fortes no campo político; mas quase que exclusivamente no judiciário. No horário eleitoral terá de mostrar não só propostas, mas principalmente as contradições insólitas do PJ (Partido do Judiciário).

Que sentido faz atacar no horário eleitoral o PSDB ou outro partido? Nenhum. É preciso afastar o Partido do Judiciário da disputa política. Resgatar o mínimo das regras democráticas.

O PT, claro, não pode mostrar o Judiciário como faz com um partido político adversário. Basta mostrar a atuação política, arbitrária, desonesta, contraditória e daninha de setores do judiciário. É preciso informar a população em geral, mas principalmente os incautos manifantoches e patos amarelos.

É certo que o Partido do Judiciário tentará calar o PT, pode até conseguir, mas o PT não tem outra alternativa. (Susiana Drapeau)