A onda conservadora do Brasil, desencadeada com o golpe parlamentar de 2016, está coincidindo com o aumento do feminicídio, que é o assassinato de mulheres relacionado com a violência doméstica ou por ser uma questão de gênero sexual.
O movimento denominado ‘escola sem partido’, um dos principais movimentos dessa onda autoritária e machista, ganhou nos últimos anos adeptos que tentam impor censura aos professores e impedir qualquer discussão relacionadas a gênero sexual.
O avanço do movimento coincide com o aumento do número de assassinatos de mulheres. Em várias cidades do Brasil, políticos e políticos-religiosos fundamentalistas tentam se aproveitar da onda para impedir a discussão de gênero sexual nas escolas, a única maneira efetiva de se combater o feminicídio, já que o aumento de penas para o crime não surtiu efeito.
Desde o início deste ano, por exemplo, 24 mulheres já foram assassinadas somente em Campinas, mesmo com legislação tendo se tornado mais dura nos últimos anos. Desde março de 2015, com a Lei 13.104, o feminicídio passou a ser definido como homicídio qualificado, com pena chegando a 30 anos em regime fechado. Além de outras legislações aprovadas nos últimos anos como a Lei Maria da Penha.
Os dados mostram mais uma vez que o aumento de penas não gera qualquer efeito na redução da criminalidade. A polícia já constata esse aumento, apesar das estatísticas no estado de São Paulo serem de difícil acesso e divulgadas com parâmetros para beneficiar o governo Alckmin (PSDB).
Este ano, no estado de São Paulo, há um feminicídio a cada quatro dias, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Campinas, mas que foram conseguidos com a lei de acesso a informação. O Brasil já é o 5º país com maior número de assassinatos de mulheres.
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