A cidade de Londrina, uma das mais importantes do estado paranaense, já vive a perseguição político-ideológica de partidários do programa ‘escola sem partido’ contra professores.

Um vereador da cidade, Filipe Barros (PRB), partido defensor do ‘escola sem partido’ e ligado a grupos pastores evangélicos mais radicais, já abriu cinco processos contra cinco mulheres jovens.  Assim como na inquisição, as mulheres (que são maioria na atividade de docência) tornaram-se o primeiro alvo.

A informação foi publicada pelo site Bonde, que lembra o perfil do vereador. Em 21 de agosto, a Comissão de Ética na Câmara Municipal de Londrina encerrou um processo contra o vereador Filipe Barros por ter xingado de “vagabundos” os manifestantes da greve de 28 de maio, em um vídeo publicado em rede social.

O vereador também foi denunciado à Justiça pela Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais de Londrina, no final de 2016, junto com pessoas que teriam cometido crimes de discriminação religiosa e injúria racial.

Segundo o site Bonde, todos os processos são contra mulheres jovens e feministas.”As ações são deste ano e estão em fase preliminar de tramitação no Juizado Especial Cível de Londrina. As causas são diversas, mas o pedido é sempre o mesmo: indenização por danos morais. Uma das processadas também moveu um pleito contra o vereador, por uso indevido de imagem dela também nas redes sociais”, diz a reportagem. O vereado alega que as mulheres, professoras, o xingaram.

Segundo advogada Isabella Alonso, que defende uma das mulheres processadas, o que o vereador quer é judicializar o debate político, porque a indenização por dano moral pressupõe a existência efetiva de um dano. “Quando a gente pega uma pessoa que é um cidadão comum, e aí alguém [também cidadão comum] faz uma postagem ofensiva [contra a primeira pessoa] no Facebook, é uma coisa. Agora, quando a gente pega uma pessoa que tem um cargo político, uma postagem talvez não seja tão ofensiva assim, ela está dentro de um certo contexto no qual a gente não pode considerar dano o que é falado a respeito daquela pessoa. A gente não pode usar os mesmos parâmetros que são usados para o cidadão comum!, afirmou ao site.