7º Festival Jazz na Fábrica realiza uma celebração do gênero musical e todas suas vertentes

Em São Paulo – Até o dia 27 de agosto, o Sesc Pompeia recebe a sétima edição do Festival Jazz na Fábrica, uma celebração do gênero musical e todas suas vertentes. A programação busca evidenciar novos artistas, além de trazer nomes já consagrados da cena musical. Neste ano, a Fábrica da Pompeia abre suas portas para músicos e big bands de oito países: Brasil, Estados Unidos, Israel, Alemanha, África do Sul, Moçambique, Espanha e Gana.

O jazz transcende sua origem e tempo. Sua interpretação é sincopada. O gênero traz cores instrumentais próprias, resultado da mescla entre melodias africanas ocidentais e elementos da música erudita europeia. Neste universo, com seu surgimento em Nova Orleans (Estados Unidos), nasce o dixieland, o jazz tradicional, depois o swing, que ganhou território por meio da difusão das rádios, culminando na formação das primeiras big bands. Durante a segunda guerra mundial, em meados da década de 1940, surge o bebop e, depois, o hard bop (com melodias mais ágeis e velozes que se assemelhavam ao som produzido pelos martelos nas obras das ferrovias). Como resposta às duas últimas vertentes, surge o cool jazz e, com influência do blues, o soul jazz. Nos anos 1960, da fusão do jazz com rock, junto a outros gêneros, nasce o fusion.

Nos dias 17 e 18, a programação do Festival traz a Globe Unity Orchestra, grupo alemão com mais de 50 anos de compromisso com o free jazz, e o baixista Thundercat, com seus riff ágeis e seu som que mistura jazz, R&B, rap e hip-hop. Thundercat é lembrado por seus trabalhos com artistas importantes da cena contemporânea desses gêneros, como Pharrell Williams, Wiz Khalifa, Michael McDonald, Kenny Loggins e Kendrick Lamar – com quem ganhou um Grammy Award por sua colaboração no álbum How To Pimp a Butterfly (2015).

Os dias 19 e 20 serão dedicados a dois nomes icônicos do jazz africano. No sábado e no domingo, o pianista sul-africano Abdullah Ibrahim sobe ao palco do Teatro para revisitar seu repertório que, com um lirismo quase místico, estabelece uma relação orgânica entre o jazz americano e suas raízes africanas. Com 82 anos de idade, ele já se apresentou com nomes como John Coltrane, Ornette Coleman, Don Cherry e Sunny Murray.

Divide a noite de sábado, 19, com Adbullah no Teatro, o moçambicano Jimmy Dludlu. Na Comedoria da Unidade, Jimmy apresenta o repertório de seu álbum In the Groove (2016), que rendeu a ele diversos prêmios, entre eles o de Melhor Álbum de Jazz da África. Dludlu foi considerado “Melhor Artista de Jazz da África”, pela All Africa Music Awards (AFRIMA).

No dia 24, quinta-feira, o pianista e compositor recifense, Amaro Freitas, divide o Teatro com a premiada flautista e compositora israelense, Hadar Noiberg. Amaro vem ganhando olhares da crítica especializada pela bem dosada mistura entre o jazz e os ritmos nordestinos. A concepção do concerto Sangue Negro, que embasa sua passagem pelo Jazz na Fábrica, é contemporânea com criações harmônicas e melódicas inusitadas. Hadar foi premiada pela Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editoras (ASCAP) no ano de 2007 e tem se apresentado em grandes festivais. Noiberg combina estilos entre o jazz e world music, resultando em uma sonoridade inovadora em ambas as cenas musicais.

O show do duo espanhol Juan Gómez “Chicuelo” (guitarra flamenca) e Marco Mezquida (piano) é inédito no país. Os dois músicos são ímpares em seus instrumentos e inovadores nas linguagens em que estão inseridos. O duo figura no festival como a primeira apresentação de música flamenca em sete edições.

O grupo de música etíope-americana Debo Band e a cantora de jazz norte-americana Annette Peacock fecham a sétima edição do Festival nos dias 26 e 27. A Debo Band traz 11 membros liderados pelo saxofonista Danny Mekonnen e pelo vocalista Bruck Tesfaye e mistura o jazz com elementos que vão do soul ao funk. Já Annette Peacock é considerada uma das pioneiras do uso de sintetizadores na música e é parceira de grandes nomes do jazz, como o contrabaixista Gary Peacock e o pianista Paul Bley.

Os shows na comedoria contarão com discotecagem na abertura da casa.

O Deck da unidade recebe o tradicional Jazz na Faixa, shows ao ar livre com entrada gratuita. As apresentações acontecem aos domingos, a partir das 16h nos dias 13 e 20, e às 17h no dia 27. A big band Jazzmin’s formada somente por mulheres, traz um repertório de músicas populares com arranjos jazzísticos. No dia 20, Emiliano Sampaio convida a Sound Scape Big Band e traz sua sonoridade que recebe influências da música instrumental brasileira. O estilo highlife (gênero de Gana que une melodias e ritmos do povo africano Akan e instrumentos da música popular ocidental) do ganense Pat Thomas, junto da Kwashibu Area Band, é quem fecha as apresentações do Jazz na Faixa, no dia 27 de agosto.

Mais informações no Portal do Sesc. (Carta Campinas com informações de divulgação)


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