Segundo postagens no Facebook e matéria no HuffPostBrasil, alunos do terceiro ano de dois famosos colégios particulares do Rio Grande do Sul organizaram uma festa sobre o que aconteceria com eles “se nada der certo” no vestibular.
Os alunos, expondo a construção ideológica do apartheid social, foram de fantasias de faxineiras, atendentes do McDonalds, vendedores ambulantes, lixeiros, vendedoras do Boticário, entregadores de pizza.
Um dos eventos aconteceu no Colégio Marista em 2015. Veja nota do Colégio. A mesma festa teria acontecido no Instituto Evangélico de Novo Hamburgo (RS).
Em resposta, Márcio Ruzon, escreveu um belo texto:
Ao Colégio Marista:
Meu pai aposentou-se como porteiro. O mesmo que vocês têm aí na entrada do Colégio, que os pais “que deram certo” passam e nem cumprimentam.
Então, falando do meu pai, ele trabalhava feito um condenado (aliás, mesmo depois que se aposentou teve que voltar à portaria pra completar a renda). O que meu pai recebia de salário era uma mensalidade que as famílias “que deram certo” pagam pra vocês ensinarem essa ética (ou falta dela) aos estudantes.
Ele tinha uma Barra forte preta e com ela ia de sol a sol, chuva a chuva, noite a noite, cuidar de fábricas ou de condomínios ao estilo que os alunos moram ou que os pais “que deram certo” trabalham como Diretores, Gerentes.
Aprendi a profissão com meu pai. Fui porteiro por anos. Vi o que é você comer em pé ou no banheiro porque não tem ninguém pra substituí-lo nos intervalos. Cansei de atender pessoas na guarita enquanto mastigava um ovo frio.
Já usei papelão como mesa em cima da privada para almoçar.
Colégio Marista, meu pai não deu certo. Criou três filhos junto com a minha mãe que ficava apreensiva em casa: -” Será que ele volta?” Porque meu pai pegava estradas perigosas de madrugada, aliando-se ao fato de muitas vezes cuidar de galpões abandonados,que era alvo de bandidos.
Mas ele não deu certo.
Conseguiu sustentar 3 filhos (e minha mãe administrando como uma Economista) com pouco mais de um salário, hoje todos bem e com família, mas infelizmente ele não deu certo.
Meu pai não é desses pais bacanas que param aí na frente do Colégio, com Cherokees, Tucson, sorrindo pra quem convém e pisando nos descartáveis.
Meu pai tem um Palio que vive quebrando, e mesmo debilitado pela idade, levava todos os netos às escolas públicas. Levava e buscava.
Mas, que pena! Meu pai não deu certo.
Quem deram certo foram essas famílias que dependem da faxineira, do porteiro, do zelador, da cantineira, do gari, da empregada doméstica. Eles deram certo!
Ainda bem que muita gente “dá errado” na vida, senão quem iria preparar o lanche dos filhos que vão para o Colégio Marista? O pai? A mãe? Não sabem nem como ligar um fogão! Mas deram certo, não é?
Fique um dia sem um gari na sua rua e no dia seguinte você já está ligando na prefeitura fazendo birra! Ué? Pega uma vassoura e varre! Você não “deu certo”?
Fique sem porteiro no condomínio e mundo para. Não sabem descer pra atender o motoboy? Tem medo de quem seja? Pode ser um ladrão, não é? Deixa que o porteiro arrisca (sem seguro de vida) a vida por você (com seguro de vida).
Gente que não deu certo existe pra isso: mimar os que deram certo.
Tenho orgulho de ter um pai que não deu certo, Colégio Marista. E eu tenho orgulho de não ter dado certo também. Já pensou, criar minha filha num ambiente que debocha de profissões, que em vez de promover a isonomia e empatia, fomenta a segregação e a eugenia?
Deus me livre!
Aliás, por falar em deus, vocês são de formação católica certo?
Se nada der certo, vocês vão virar carpinteiro também? Embora eu sendo agnóstico, respeito muito um carpinteiro que “não deu certo” e que vocês finjem amar. Que feio, Colégio! Ensinando crianças a desprezarem seu Mestre?
Enfim, falei demais. Obrigado pela lição de hoje. Talvez tenha sido o único ensinamento que vocês deixaram:
Se nada der certo, vou para o Colégio Marista. Lá pelo menos eu posso esconder meu ser vazio atrás de um patrimônio que consegui pisando nos outros.
Viu, a lição de vocês acabou “dando certo”!
O texto saiu após imagens no Facebook
Parabéns Márcio.
Poderia parabenizar você por muitos motivos, mas vou me ater a três deles, importantíssimos: primeiro pelo respeito que demonstra pelo seu pai que com seu exemplo fez de você um homem de princípios, segundo pela escrita correta, coisa rara nos jovens de hoje, mesmo os que vão para escolas caras (não usei o verbo estudar de propósito, pois é o que eles não fazem) e por terceiro e não menos importante, por perceber a emoção, a sinceridade e a sensibilidade que transparece no seu texto. Parabéns, parabéns, parabéns!
Faço minhas tuas palavras parabéns
Disse tudo!!!!
Belíssimo texto.
Estou cansada de ver gente rica por fora e tão pobre por dentro
Parabéns.
E VC ACHA QUE FOI MESMO UM PORTEIRO QUE ESCREVEU ISSO AÍ??????
Preconceituoso, heim amigo? O texto, escrito por um porteiro ou por um engenheiro, serve muito bem para ti.
Um porteiro n pode escrever bem?Vc é adepto do q a escola faz?olha o preconceito,pessoa…
Pq não poderia ser?
Estou cursando o último semestre do curso de letras,fui aprovado em dois concursos,um deles para professor. E sou porteiro,inclusive estou na minha guarita neste momento.
E para sua surpresa eu seria capaz de redigir um texto no gênero carta,como o colega fez.
Eu tbm fiquei impressionada com a escrita dele. Se mostra alguem esforçado e que estuda por seu próprio mérito. Tem tudo pra dar certo (rs) brincadeira.
Gratidão! Só o que tenho a dizer.
Porém, é só um texto.
Protagonistas são aqueles (as) que têm profissões desvalorizadas ou esquecidas.
A esses, todo o crédito! Abraços!
Obrigado por nos permitir publicar. Um texto preciso e intenso.
-Comecei a ler pensado; “Poxa, eu seria mais agressiva em todos os sentidos.” Mas francamente o final deste texto foi épico. Rapaz, você não deu certo na vida. Você deu certo muito além dela. Pode ter certeza.
Nossa que textos,que sirva de lição pra muitos que acham que são melhores que outros ,tenho pai pedreiro e mãe faxineira que ñ deram certo ,mais que construíram e limparam muitas casas de gente que deram certo ,ou acham que deram certo pois temos orgulho dos nossos lixeiros, porteiros ,pedreiros e tantos outros que acordam cedo ,chegam muitas vezes tarde em casa cansados mais tem muito amor e respeito como neste texto que muito me comoveu e me identifiquei muito parabéns
Sábias as palavra meu caro, o problema nao é a profissão, mas sim o valor q nosso país dá a cada uma. A desigualdade social no Brasil é fora do sério, por isso temos essas pessoas q acham que o mundo sobreviveria somente com médicos e engenheiros, nao entendendo que a sociedade é corpo, o cérebro e o coração são importantes, mas precisam dos outros membros para funcionar. De tiver tempo leia esse link. E veja como um país de primeiro mundo valoriza cada membro da sociedade.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-vive-um-lixeiro-na-suecia/
Parabéns Marcio. Vejo nas suas palavras um pouco da minha história. Lembro que meu pai ia nos buscar na escola todo sujo de graxa, pois sua profissão sempre foi a de mecânico. Meus colegas que tinham pais “que deram certo”, sempre davam um jeito de rir, ou fazer uma piada, por ele estar sempre “sujo”. Ele é meu maior orgulho, nunca nos deixou faltar nada, formou os filhos, criou pessoas de bem com a sua roupa suja e com o caráter mais limpo que um ser humano possa ter. Abraço, e parabéns! Poucos textos me prendem até o fim, e o teu foi um deles.
Parabéns
Orgulho dos pais e das raízes … isto que vale a vida. Certamente este orgulho que vc tem do teu pai, da tua mãe, eles tb tem de vc e dos netos … Afinal ele conseguiu construir algo que muitos sonham … FAMÍLIA …
Parabéns pelo posicionamento que leva todo à curtir, valorizar e se orgulhar dos seus.
Espero que a escola aproveite este triste acontecimento e acrescente lições aos alunos para ensiná-los algo a mais do que apenas passar em vestibular, mas algo para a vida.
abraço a vc e entrega um também ao teu pai e tua mãe … eles formaram um grande homem de princípios e valores, algo que o mundo precisa, espera e anseia.
Prof. Dunga
me emocionei….estudei a vida toda nesse colégio…maus pais eram simples, mas tinham condições financeiras pra nos manter lá…nunca vi tanta criança e adolescente cruéis como vi lá…sofri horrores pq repetia o mesmo tênis 2 ou 3 vezes por semana! meu pai me ameaçava de me colocar em escola publica porque não me adaptava lá! devia ter feito… pq sofri por anos!! Fiz questão de colocar minhas filhas em escola publica e hoje uma é psicologa e a outra estuda artes, e são duas pessoas generosas e humanas!
Eduardo Marinho Neles!
Bom Sem palavras ” belo texto ,Sou vigilante patrimonial Eu só tenho que agradecer, aminha profissão ‘ por td oque adianta está em bela escola ms passa essa imagem de desrepeito ao proximo. Que Deus olha por vocês ?
E chorei… Não pude segurar. Quanta verdade! Vi a história de minha infância e adolescência retratada em suas palavras.
Bárbaro.
Muito, muito feio para você em Colégio Marista.
Aprendam aí essa lição kkkkk.
Esses alunos estão na escola pra que para serem idiotas só porque estudam no marista acham que são melhores do que os outros sempre falo as pessoas que mais estudam são as mal educadas, acham são melhores que as outras mais quando morem vão pro mesmo lugar que o porteiro,empregada doméstica e outras pessoas então acordem seus idiotas.
Que texto, que lição! Parabéns, amigo! Só li verdades.
Juliano, poderíamos de publicar seu comentário. Mas refaça seu comentário com link de página pessoal com foto. Uma fotografia sua poderá ser colada ao lado do seu comentário.
Brilhante resposta! Eu também não dei certo e sou filha, neta e bisneta de pessoas que não deram certo também, tenho orgulho e gratidão por eles terem me ensinado acima de tudo o respeito pelo ser humano, agradeço por toda minha vida!
“Se nada der certo, vou para o Colégio Marista. Lá pelo menos eu posso esconder meu ser vazio atrás de um patrimônio que consegui pisando nos outros.” Fantástica decapitação da serpente! A pseudo-pedagogia da escola marista foi nocauteada e jogada no lixo da história!
Nossa, resposta no nível que merecia!! Parabéns Márcio!!!
Parabéns! Relato perfeito! Minha história de pais Eh essa mesmo! Mas o velho Gasparetto é daqueles que “deram certo”, pois ensinou a cada filho uma lição sempre ensinada mas tão pouco lembrada: Honestidade e Ética aliadas à Liberdade Igualdade e Fratenidade. Obrigado por nos lembrar dessa rica lição de vida.
Parabéns pela colocação.
Vou contribuir com meu relato resumindo um pouco, meu Pai é padeiro por opção por amor ao trabalho, se formou em administração pra dar o diploma pra minha avó, escolhi este mesmo caminho e trabalho de confeiteiro, não por que nada deu certo. Foi escolhas nossa!
Se não me engano, “Marista”, vem de Maria, a mãe do bebê que nasceu numa estrebaria foi carpinteiro e morto numa cruz pelos que “deram certo”.
Parabéns pelo texto , mas gostaria de dar minha opinião .
Estudei desde o antigo jardim da infância até o primeiro colegial no Colégio Marista .
A educação e o respeito para com todas as pessoas não importando o cargo que assumiam sempre me foi mostrada. Tanto eu como a maioria dos meus colegas , sempre respeitamos a todos e os funcionários do colégio eram queridos .Por isso fico triste com a comparação , por favor não generalize.
Abraço de luz!
Também acho que a reportagem da IENH ( onde começou toda essa divulgação ) foi infeliz , porém , como você , só tenho a agradecer ao colégio Marista Pio XII ;
meu filho estuda lá , não porque eu “dei certo ” , mas porque conseguimos uma bolsa de estudos , e sempre fomos ( meu filho e eu ) tratados com todo respeito e igualdade pelos funcionários , colegas e pais dos outros alunos . Claro que sempre há exceções , mas isso já depende de muitos fatores e não apenas da escola sendo ela pública ou privada .
Aos filhos e aos pais “que deram certo”! Vale a pena ler!
Acho um saco esses adolescentes metidos à merda que olham pra todos por cima, mal falam com quem não tem grana ou beleza padrão aos olhos deles! A maioria é reflexo dos pais metidos que deram certo, espelhos de um povo bossal que finge humildade! Quem permite que o filho seja desse jeito vai penar com seus futuros babacas! Adoooreeiii a resposta do Marcio Ruzon, e, seu pai deu muito certo, esses outros é que deram errado ao permitir que seus filhos participassem de uma “brincadeira” ridícula dessas! Para mim não tem justificativa para esses filhos dos “que deram certo”.
Lamentável a atitude! Sou filha de empregada doméstica e meu pai trabalhador de chão de fábrica, com muita garra conseguiram me formar em meu primeiro curso superior de Ciências Contábeis em 2008, e este ano me formarei na minha segunda graduação em Direito, ou seja, mesmo meus pais “dando errado” conseguiram me educar e me formar. Por isso colégio, deveriam mostrar aos alunos pessoas que mesmo tendo tudo pra dar errado, deram certo, e tomarem cuidado com as facilidades da vida, pois aqueles que tinham tudo pra dar certo, podem dar errado. Vejamos pela nossa política: cheia de doutores que são uma vergonha para nossa Nação.
Me sinto insultada com essa terrível “brincadeira”. Até porque, sendo um emprego honesto, não há que sentir vergonha, e achar que deu errado. Vergonha devemos sentir de pessoas com esse tipo de pensamentos preconceituosos. Por esse tipo de atitude, nosso país nunca irá evoluir.
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Há pouco tempo assisti um vídeo com o Jeff Bezos que é CEO da Amazon. Hoje ele é uma das pessoas mais ricas do mundo, ele contou com a maior naturalidade que quando começou a empresa, ele mesmo fazia várias das entregas de livros, fazia pacotes. Nos EUA dentro da cultura Anglo Saxã que valoriza o trabalho duro, é comum encontar executivos que já trabalharam no Mac Donalds, ou faziam bicos para pagar a faculdade. Nenhum desses trabalhos vai te diminuir como pessoa. Essa mentalidade da elite tupiniquim é realmente muito atrasada.
Não é bem assim não… Essa coisa de “se não der certo vai trabalhar no McDonalds” começou nos EUA.
Meus parabéns Márcio!
Vc expôs seu raciocínio com clareza e respeito.
Sou filha e neta de pessoas que “deram certo”, lógico, sob a ótica do tal colégio, mas me sinto absolutamente chocada com o ocorrido.
Precisamos aprender desde cedo que uns precisamos dos outros, que devemos ter respeito com todos.
Toda e qualquer profissão é digna e necessária.
Que valores estão sendo ensinados a esses jovens? É muito triste constatar que esse, é o futuro do nosso país…
Precisamos rever nossos conceitos.
Meus parabéns as famílias, que como a do Márcio, “não deram certo”.
Quero muito ter uma familia assim.
Parabéns ao Márcio e ao pai dele, que são batalhadores e pessoas de bem.
Melhor lição.
Parabéns Márcio. Orgulho de não ter dado certo e conhecer todos os porteiros e faxineiros do meu prédio, inclusive meu filho de 3 anos, que sabe o nome de todos e por onde passa, da sempre uma paradinha de 5 minutos para dar um bom dia, um tudo bem? Um até logo.
Trabalhei no Marista, meus filhos estudam lá. Escola ensina a valorizar as difererenças, respeitar o outro.
Pegaram um fato isolado, de 2 anos atrás, escolheram só as fotos que gerariam polêmica, e ainda misturaram com a escola que fez isso esse ano (que não é Marista).
O Marista não ensina nada disso.
Eu estava lá nesse dia … não me ‘contaram’.
O que aconteceu? A escola logo reavaliou o ‘recreio temático’ e não fez mais. E explicou pq, debateu com os alunos. Ensinou a reconhecer o erro.
Agora, generalizaram e estão sendo preconceituosos com mais de 1000 alunos pelo erro de neia dúzia.
Querem reclamar da escola que fez em 17/05?
Ela é Evangélica. Não defendo pq não conheço.
(Meu pai só estudou até quarta série, era mecânico; minha mãe era professra da rede pública; estudei pq trabalhei muito pra pagar; sou ‘só’ professora; também não ‘dei certo’).
O problema não é a escola… mas o rapaz não tem como saber, visto que não teve acesso à uma.
Infelizmente isso normalmente vem da família ou da roda de amigos.
ele ta falando da escola
Regina, poderíamos de publicar seu comentário. Mas refaça seu comentário com link de página pessoal verdadeira com várias fotos. Uma fotografia sua poderá ser colada ao lado do seu comentário.
Lisiane, sou filha de serralheiro e dona de casa. Só estudei pagando do próprio bolso e conseguindo bolsas de estudo. Minha filha estudou alguns anos no Marista, e fiquei surpresa com o empenho da escola com seus alunos. Muitas vezes eram os próprios alunos que ficavam na portaria também. Todos eram gentis, todos ou quase todos cumprimentavam os porteiros, as faxineiras. Tem escola de graça à noite! Conheci empregadas domésticas que frequentavam o Marista à noite e se formaram com mérito. E tinha bazares de roupas de marcas, doadas pelos pais de alunos, a preços simplórios! Brinquedos? Pilhas de brinquedos a preços de $1 real, mochilas boas, etc. Vi os próprios pais de alunos serem voluntários em tudo, no sol, desconfortáveis. E tem o atendimento às crianças das vilas, dando reforço escolar.
Durante os poucos anos que minha filha estudou no Marista, vi este lado interessante da escola particular.
Gente!!! Se nada ser certo no VESTIBULAR!!!! Não é se nada ser certo na vida!!! Tem gente boa rica, tem gente boa pobre! Só não está tendo políticos bons. Atenção para a luta de classes sem valor!
Tomo como minha as suas palavras, mas infelizmente essas crianças que estudam nesses colégios que só ricos têm acesso, se não derem certo , não serão porteiros ou faxineiros e outros, serão como os nossos políticos ,por que filho de rico quando não dar certo vira político , drogado e sabe-se lá o que mais , não me refiro a todos os políticos por que ainda existem poucos políticos que não se deixam corromper , bato muitas para homens como seu pai e mulheres como sua mãe , que apesar de todas as adversidades da vida souberam criar um filho como você , Deus continue abençoando sua família e todas as outras como a sua .
Querem pagar de politizados agora, mas não servem nem pra separar vidro quando quebra,só jogam no lixo. Acham que o valor da empregada é caro e quem tem que subir 6 lances de escada pela pizza é o entregador. Não é nem um pouco ofensivo esse tema, do ponto de vista deles essas são profissões de alguém que não deu certo no que queria ser, afinal nunca vi ninguém dizendo “quando crescer eu quero ser domestica” ou “sempre quis andar pela rua nesse caminhão fedorento catando lixo” então isso pra eles é sinônimo de não dar certo, cada um foi com o que queria, pra mim ter me tornado engenheiro seria não dar certo, não gosto disso. Festas são feitas com intuito de se divertir, mas as pessoas são supersensíveis hoje e alguns jornalistas aproveitam disso pra fazer fama e chamar atenção. O filho do porteiro demonstrou que é ruim e que não deu certo, existem pessoas mal educadas em todo ramo e lugar, seja rica ou pobre, então… não deu certo.
ESPETACULAR!!!
Resposta melhor não haveria… Parabéns!
Parabéns pelo texto, não desrespeitou ninguém, escreveu a verdade sem ser agressivo, ou seja, não combateu esse tipo de desrespeito (com outras pessoas e suas profissões) com desrespeito. Muito bom mesmo, se grande parte das pessoas pudessem fazer que nem você, chegar ao ponto da questão com sábias palavras e sem ofender ninguém, teríamos um mundo com um pouco mais de respeito e tolerância ao próximo.
Eu li Colégio Nazista ou Marista?
Me confundi agora!!! Rsrs
Legal.. Trabalhar feito um condenado, comer só um ovo frito no almoço, ter um carro que precisa de manutenção a todo instante, penar para cuidar dos filhos, mas mesmo assim bater no peito e sentir orgulho disso???
Desculpem, mas com certeza não é o futuro que espero para meu filho, assim como não foi o futuro que busquei para mim. Quero que ele tenha ambição, que tenha uma vida confortável, que busque o melhor para si e para seus filhos, que não fique acomodado atrás de uma mesa vendo o mundo passar, pensando que assim está bom, que assim está dando certo..
Voce tem razão, seu filho será tão mesquinho quanto você.
Entendo o teor do texto e enxergo a lição que foi passada. Porém eu sou adepto do humor debochado e da vida sem mimimi.
Ao falar do próprio pai e de todas dificuldades passadas, o autor acabou também fazendo feio ao considerar que todo papai rico não cumprimenta os porteiros, ou que todos papais ricos são sem educação e só mimam os filhos.
Eu trabalho muito e recebo muito bem para isso e espero que quando tiver filhos eles estudem muito para ser o que quiserem ser e também para não acabar sendo o que não desejam (isso não significa desmerecer quaisquer profissões). Eu sinceramente não espero que meus filhos ganhem R$2.000,00 o resto da vida. Quero que eles tenham condições boas para ter a melhor vida possível. Caso isso não dê certo, espero que sejam fortes como o pai do autor foi e lidem com suas vidas da melhor forma possível.
Mas sinceramente, eu não sentiria orgulho de mim mesmo se eu não tivesse dado certo. Eu corri muito atrás e batalhei muito.
Imaginem como deve ser triste você “chegar” ao último ano do “colégio” e nem ter percebido que sua educação não deu certo, não serviu para nada.
Excelente texto, excelente reflexão. Pelo menos para quem se dispõe a isso. Sou pedagoga e mãe e lamento a falta de consciência social e econômica de alguns jovens brasileiros, assim como as instituições educacionais que deveriam contribuir para a formação destes.
Será que deu pra perceber que existe sim uma luta de classes no País, que essa classe manda e desmanda e faz o que quer. A Folha publicou que 30 % da classe mais alta do país defende o Temer…. Nessas horas que prefiro o Lula com o PT roubando a petrobras, mas criando condições para os mais pobres…..(no meu trabalho, fui testemunha que melhorou a vida de muito pobre) Mas no momento quero que se dane o pobre e o rico, o pobre pq vai ficar mais pobre e ta de braço cruzado e o rico, que se esquece, que quanto mais pobreza a sua volta, sua vida vai ser de medo o tempo todo…..
Primeiramente gostaria de deixar claro que concordo com o Sr. MÁRCIO RUZON, é lamentável uma festa com o tema “Se nada der certo” ligada as profissões.
Não importa quem deu início a essa temática festiva, se a Instituição Evangélica de Novo Hamburgo ou o Colégio Marista do RS.
Concordo também, com a sua dor ao ver a profissão do seu pai sendo motivo de desdém. Mas, discordo quando fala que alunos e pais passam por porteiros na entrada do Colégio e não os cumprimentam.
Então… falando das semelhanças, me vi presente em alguns trechos de sua carta. Eu e meu marido também trabalhamos de sol a sol, chuva a chuva, e nosso expediente geralmente tem mais de 8 horas de trabalho diário. Não temos salário fixo e iniciamos o mês com a certeza dos boletos a serem pagos, rezando para que não ocorra imprevistos, mas eles sempre ocorrem.
Igual a sua mãe, administramos, gerenciamos e supervisionamos tudo para evitar surpresas financeiras, infelizmente nem sempre conseguimos.
Meu filho estuda no Colégio Marista e sabe muito bem o valor da igualdade e valorização humana. Meu filho aprendeu em casa e no Colégio, que não é a profissão, a conta bancária, a opção sexual, a aparência, o carro de luxo ou a pobreza que definem uma pessoa.
Meu filho, assim como as demais crianças da escola (sim, temos uma relação de amizade com as famílias para além das redes sociais) chamam os porteiros e todos os colaboradores pelo nome, enxergar, cumprimentam, conversam, confidenciam e não diferenciam.
Para os alunos Marista que conheço e seus pais, não há diferença entre os carros, se chegamos de Pálio, se chegamos de CheroKees ou Tucsons, não nos afeta. Aliás, alguns pais de alunos, não possuem carros e chegam todos os dias de transporte público ou a pé.
Acredito Sr. MÁRCIO RUZON, que todas as pessoas dão certo, cada uma a seu modo, com suas possibilidades e suas limitações. Reconhecer isso faz parte do aprimoramento humano, que o Sr. chama de eugenia.
A diversidade nos une, é ela a responsável pela rede de dependência que temos entre nós indivíduos e nós profissionais. Cada profissão é digna de reverencia, assim como cada pai, cada mãe e cada aluno.
Mais uma vez, me solidarizo com a sua dor. É lastimável viver em uma sociedade que pré julga pela aparência, condenado as pessoas pelo que possuem, seja a mais, seja a menos.
Se você não conseguir ser um bom profissional apos a formação superior, ou tiver “privilégios”, vai precisar viver e “se virar nos 30” para sobreviver. Essa é a realidade do Brasil: curso superior não garante vida boa nem estabilidade para ninguém. Meu primeiro emprego foi carregando caixa em um deposito, isso com 13 anos, apos a morte de meu pai. Tive que buscar as oportunidades e não ficar esperando. Trabalhava durante o dia e estudava a noite. Já vendi vassoura nas periferias, já vendi cachorro quente, já trabalhei em multinacional e hoje tenho um pequeno negocio. Não me deixou rico, mas consegui criar e formar duas filhas: uma em direito e outra em engenharia ambiental. Formação superior é um diferencial, mas hoje com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não quer dizer nada. Quantos formados são motoristas de táxi, balconistas, pasteleiros, camelos e ate gari???. A escola com certeza é burguesa, mas não mostrou nada diferente da vida real. A vida real é dura e , em varias situações ,por demais frustante profissionalmente. Mas você, com ou sem estudo, vai precisar trabalhar para se sustentar. Sendo DOUTOR ou não. Todas as profissões são dignas.Nem sempre o gari escolheu ser gari. A necessidade impôs a ele esse trabalho.
………………….Sinceramente ? Obrigado ” menino ” por desnudar esta sociedade patriarcal e de castas. Obrigado pela
sua ironia Machadiana afinal ? Machado era negro e sábio para desnudar o que você de forma sábia mostrou. Este paísde castas perpetua o que há de pior no ser humano e nada pode mudar sem educação democrática e justa… Me vejo ao longo do tempo. O filme volta, graças a você. Me vejo na condição de descendente de negros e que este filme me acompanha até hoje. DEI CERTO SIM…Pelo amor de meus pais e a simplicidade em que cresci com eles. Família simples mas que jamais se submeteu aos valores destas castas opressoras e escravocratas. Não. Eles nos ensinaram como seus pais as coisas ” simples ” da vida. Um misto de humildade e persistência que nos motivava sempre…Como seus pais..Este país de poucos ainda, não é ainda um país justo mas um entreposto de criminosos lusitanos onde estes
valores perpetuam se infelizmente. Obrigado novamente…Quem sabe um dia este país de certo ?
A educação é a base de tudo.
Adolescentes fantasiados, puxa vida, seu texto seria lindo, se não demonstra-se o quanto desvalorizou a vida inteira o trabalho de seu pai. Quem nunca se fantasiou de padre, de freira. Já pensou na festa junina o pessoal da roça destroçando crianças e seus pais pelos trajes usados. Menos é mais meu Sr.
Que textão da P#&@…
Esse me representa. Tenho vergonha se saber pra onde estão indo os nossos futuros presidentes, senadores, deputados enfim.
Todo o meu repúdio a escolas que permitem esse tipo de comportamento, ainda mais de uma escola que tem se diz ter valores cristãos, ou seja. Não aprenderam NADA com o deus deles, pq o meu Deus me ensinou acima de tudo a amar e respeitar o próximo.
Parabéns pelo texto, pela coragem em publica-lo e pela lição extraída do conteúdo, mas principalmente, parabéns pelo reconhecimento e valorização dos seus pais. Família que, sem sombra de dúvida, ” deu certo” .
Na minha profissão, eu vejo muito isso. Sou engenheira civil. O que seria de mim sem o ajudante, o carpinteiro, o pedreiro, o mestre de obras? São verdadeiros trabalhadores que colocam casas, prédios, de pé. Muito orgulho deles. Essa “festa” do colégio só mostra o que essa geração de jovens é mesmo, vazia. Meu pai também “não deu certo”. Maior orgulho dele, me deu o que pode-se dar de mais valioso, o amor. Além da educação (lembremos que isso não tem relação alguma com escolaridade). Parabéns pelo texto.
Bom dia
Um excelente texto. Sabias palavras.
Seu pai, assim como você, “deu certo”, porque se tornaram pessoas íntegras. Agora, as pessoas desse colégio… pelo menos falta de respeito e de bom senso eles apresentam
São vários anos de “Humanidade” já decorridos
É só coisa da juventude…na idade dos pais vão estar na mesma situação (casados, trabalhando, etc)…pura demagogia revolucionária…é preciso questionar, sim…mas estamos em sociedade e é assim que caminha a humanidade, porque na hora que a fome aperta, todos correm pra casa, pois a brincadeira de revolucionar pode esperar…é preciso ser coerente na vida e por muito tempo…não em rompantes da juventude…só assim pra realmente mudar a sociedade…
show de bola.Verdades absolutas.
O engraçado é que os “que deram certo” “deram tão certo” que dependem dos “que deram errado” eles são um bando de besta , metdos , falta de chinelada na bunda e trabalho pesado
Eu tenho nojo desses povo.Já estão marcados para irem para o inferno.
Parabéns pela profissão do seu pai
E eu tenho muito orgulho das profissões dos meus pais , minha mãe é professora e meu pai é cantor
Muito orgulho!!!!
A reflexão alternativa que proponho aqui é de imaginar a grande discussão que se suscitou quando, em 2015, a própria escola, reconhecendo a polêmica do nome da brincadeira, incentivou o debate e o aprendizado decorrente disto.
Realmente um nome infeliz para uma brincadeira de finalistas do ensino médio. Nenhuma profissão merece ser tratada como indigna ou “que não deu certo”. Nenhuma mesmo. Nem aquelas que nunca foram o sonho de ninguém. Aquelas que as pessoas exercem porque não puderam ou não quiseram ir além nos estudos.
Eu proporia falar aqui também sobre arrogância. Que muitos têm sim por acharem que têm mais dinheiro ou oportunidade. Só me arrisco a dizer que é uma questão de educação e não acontece, a arrogância, somente entre os que possuem Tucson ou outros carros importados. Infelizmente, nos deparamos também com balconistas, porteiros, garçons, enfermeiros e até professores bem grosseiros. Mas nada disto deve significar que todas essas profissões pressupõem arrogância.
Não quero advogar aqui a favor, mas a “infeliz” instituição em questão tem 200 anos de existência, tem sim formação católica teórica e prática. Tem defeitos. Não é perfeita, assim como nada nem ninguém é.
É importante que se diga que todos os seus funcionários (desde os serviços gerais até professores) têm seus filhos estudando na escola em que trabalham sem nenhum custo.
Esta famigerada tem as portas escancaradas para a participação dos pais e responsáveis, é inclusiva, mantém centenas de projetos para pessoas de baixa renda, estimula efetivamente seus alunos a saírem da escola e fazerem trabalhos voluntários, a participarem de programas de doação desde itens de alimentação até reforma de escolas públicas de periferias… Eu poderia citar dezenas de coisas. Pura demagogia, muitos dirão. Afinal, trata-se daquela escola horrorosa que errou, tem alunos filhos de pais assim, assado, blablabla.
Boa reflexão sim. Sem dúvida.
Só me pergunto se seria o caso de destruir a reputação de uma instituição e de seus alunos.
Independente da religião. Até porque se religião fosse opção pra pessoas serem ” perfeitas ” o mundo não estaria assim hoje em dia. Foi uma ”festa” com um tema proposto como qualquer outro. O mau não esta na religião ou na escola. E sim nas pessoas que não souberam usar o tema da melhor forma e acabaram por desrespeitar diversas profissões que são sim dignas de qualquer outra pessoa não de quem ” deu errado ”.
amei o texto sou faxineira e convivo o tempo todo com pessoas como esses alunos e pais
Brinquedos fazendo branquices. Nojo desse povo!!
Texto de altíssimo nível Márcio! Você deu muito certo, e escreve muito bem!
Parabéns aos vários Márcios que existem neste Brasil e que enfrentam o trabalho árduo de ter que olhar para muitas das pessoas que seguem o “estiloso jeito Marista”.
As pessoas não refletem, analisam o que pensam. Cospem palavras ao vento, não importando quem será atingido, nem porquê. Foi uma grande infelicidade a colocação. Totalmente irracional, ainda mais partindo de um colégio que se orgulha de sua tradição. Cai por terra o respeito, a ética e a moral. Fica ainda pior a tentativa de se desculpar ou de contornar com um “não foi neste sentido!” Lamentável. Ainda bem que sempre existe alguém sóbrio, que traz a razão à tona. Se isto não é maldade, que ao menos não passe mais despercebido. Temos que nos lembrar, que estamos igualmente no mesmo barco e daqui, ninguém leva nada. Podemos sair desta inteiros ou pela metade. Particularmente gostaria de sair como entrei, despida de qualquer preconceito ou rótulo.
Sérgio, poderíamos de publicar seu comentário. Mas refaça seu comentário com link de página pessoal verdadeira e com várias fotografias. Uma fotografia sua poderá ser colada ao lado do seu comentário.
Durante a leitura do seu texto, a gente se emociona, no final da leitura, uma certeza: “SEU PAI DEU CERTO”, sim!!! Quem consegue criar um filho assim? Orgulhoso da família que tem, sensível e que usa a inteligência para mostrar, sem ofensas e palavrões, o quanto pessoas estão equivocadas por desvalorizarem a vida dos outros. Parabéns a você, a sua mãe a ao seu pai!
Parabens texto incrível, explendido!!!!!
Eu também sou de familia humilde e simples, e agradeço a Deus e minha por me ensinar o respeito pelo próximo e tratar todos por igual .
Pessoal sem muitas palavras digo é à mais pura verdade trabalhei no marista aqui de Salvador e era tu isso que acontecia lá
tem uns comentarios bem surreais. Respeito ao outro, dependemos de todas as pessoas
Nunca colocaria meus filhos, se os tivesse, em escolas privadas. Eis a caratonha do grosso da classe média, expondo um racismo biopolítico, concernente à sua estratificação de classe sócioeconômica…
O texto foi importante e com percepções realistas, embora contenha generalizações. Já estudei em um colégio Marista de Brasília, no qual percebi segregação ( por meio das “panelinhas”) e muita gente “nariz empinado” – essas características me faziam sentir desconfortável e indignada, sendo um dos motivos por não renovar a matrícula na escola. Entretanto, havia sim estudantes (e pais) de bom coração, que acolhiam os funcionários. Portanto, existem essas duas realidades nas escolas particulares como um todo. Saibamos analisar, opinar e contestar evitando as generalizações ( como vi em comentários daqui), afinal, estudo em escola particular, e assim como outros alunos, não sou “metida a besta”, não me coloco acima de ninguém, respeito os funcionários (atitudes mínimas para o bom convívio em sociedade e que já deveriam ser intrínsecas às pessoas). Em relação ao tema do trote foi deplorável, pior ainda é saber que isso ocorre em outras escolas do Brasil, inclusas algumas da minha cidade.
Márcio Ruzon, parabéns pela reflexão! Espero que os alunos e professores que organizaram esta festa tenham aprendido com o seu texto o que não conseguiram aprender com os familiares, professores, livros e cursos. Sou professora universitária e fiquei chocada e extremamente triste com o tema desta festa em uma escola de ensino médio. Amo ser professora e, depois de anos nesta profissão, sei que uma das mais importantes funções de um educador é formar cidadãos éticos e conscientes de sua responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Como educadora, não tenho dúvidas de que a educação que você recebeu da sua família DEU MUITO CERTO. Espero sinceramente que os profissionais que formamos na universidade possam DAR TÃO CERTO como você, seu pai e sua mãe, pelo belo exemplo de família, ética, idoneidade e integridade que você relatou. Obrigada pela oportunidade de aprender com você e de refletir a respeito de um problema tão grave que aflige a nossa sociedade e para o qual não podemos mais fechar os olhos.
Muito bom esse esquema, agora sim estou conseguindo aplicar de boas