CIMG2147 (640x453)No próximo dia 28 de novembro, sábado, será aberta na Livraria Pontes, em Campinas, a exposição “Pintura e Colagem”, com obras da artista Marysia Raposo.

A exposição, com curadoria do artista plástico João Bosco, traz 18 pinturas com técnica Tinta Acrílica e colagem sobre tela, além de 3 colagens sobre papel e poderá ser vista até dia 21 de dezembro.

No dia da abertura da exposição, haverá conversa e música a partir das 10h no subsolo da Livraria.

Marysia Raposo é natural do Rio de Janeiro e reside em Campinas há 39 anos. É formada em Pedagogia pela PUCC e Pós graduada em Literatura Infantil. É também diretora educacional aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas.
Atualmente dedica-se à criação literária e à ilustração destas obras. Seus livros fazem parte do universo Infanto-Juvenil e Contos para jovens e adultos. Tem participado de várias Exposições de Artes Plásticas na RMC e Estado de São Paulo, com participação na Bienal de Gravura de Santo Andre e no MUBE São Paulo. Sua produção passa pelo desenho, colagens e pintura, transitando entre lúdico e o abstrato.

“Olhando e vendo… olhamos como queremos olhar… vemos o que podemos ver.(…) É preciso ter diferentes rotinas para sobreviver… geometrias diferentes.” Louise Bourgeois 1

Em um de seus romances, Saramago escreveu: “Tudo no mundo está dando respostas, o que demora é o tempo das perguntas.”2 e Louise Bourgeois nos esclareceu que: “Todos os nexos são inconscientes.”3
Eis ai duas chaves para entender a força da arte tida como abstrata em suas formas, cores, composição de forças e ritmos.
Combinações geométricas, cores que riscam o espaço da tela podem trazer uma sensação de não existência, ou seja, vê-se retratado uma realidade que não há. Contudo, pode-se ver o oposto, um excesso de realidade e tão forte que não pode se apresentar como estamos acostumados em nosso “realismo” de contextos, conceitos – consciência. Nexos vão se estabelecendo e entendimentos se processando no silêncio, no anterior da palavra.
Não sabemos quantos níveis de realidades existem; não sabemos quantas realidades existimos; não sabemos, enfim, tudo o que somos e estamos em vias de ser.
E então, o olhar se depara com essa série que parece trazer elementos do que somos e não sabemos em um nível mais subterrâneo. Estrutura, alicerce de possibilidades do humano – eis porque o olhar é fisgado e não segue indiferente em seu automatismo. Tais obras parecem ser um chamamento de gêneses, simultaneidades, rupturas e expansão que existimos sem percebermos. É um chamamento para fazermos as conexões e nelas encontrar os sentidos, valores de nossa vida nas ações que nos formam diariamente? Se os nexos são inconscientes como nos lembra Louise, as respostas que encontramos/ encarnamos vão se tornando cada vez mais conscientes. Dai as aguadas deixarem suas sombras para serem fragmentos/atmosfera de cores que enlaçam e trazem a nossa aurora.

2 Saramago, Memorial do Convento, RJ, ed. Bertrando do Brasil, pg. 320
1-3 Bourgeois, Destruição do pai, reconstrução do pai, SP, Cosac Naify, pg.55

Texto de Eni Ilis

Exposição “Pinturas e Colagens
Local: Livraria Pontes Rua Dr.Quirino 1223 Centro – Campinas – SP
Abertura: 28 de Novembro às 10h
Período: de 28 de novembro a 21 de Dezembro
Horário: Seg à Sex das 09h às 18h e sábados das 09h às 12h
Convênio com estacionamento
Curadoria: João Bosco