filmeA programação de cinema do Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, traz entre esta terça-feira, 14, e o próximo sábado, 18, diversos filmes que fazem parte dos ciclos que acontecem no museu.

Nesta terça-feira, 14, às 19h, o ciclo mensal “Catavento”, realizado pelo Cineclube Catavento, exibirá o filme “Xapiri”, de Leandro Lima, Gisela Mota, Laymert Garcia dos Santos, Stella Senra e Bruce Albert. Xapiri é um filme experimental, inspirado no xamanismo yanomami. Suas imagens foram registradas por ocasião de dois encontros de xamãs na aldeia de Watoriki, Amazonas, em março de 2011 e abril de 2012. Entretanto, o trabalho realizado sobre estas imagens escapa do registro documentário a fim de produzir uma simulação tecnológica livre a partir do universo visual e conceitual do xamanismo yanomami. Xapiri não pretende descrever e muito menos explicar o trabalho dos xamãs Yanomami. Deve se considerado como uma tentativa de tornar sensíveis, através de nossas imagens digitais, certas ideias yanomami sobre as imagens xamânicas (utupë), sua ontologia e sua estética, sua transdução e mutabilidade nos corpos. Trata-se, antes de tudo, de uma homenagem visual à riqueza intelectual e poética do xamanismo yanomami. (Bruce Albert. Brasil 2012, 54 min)

Na quarta-feira, 15, às 19h, será exibido o filme “Depois da chuva”, de Cláudio Marques e Marília Hughes. Salvador, Bahia, 1984. Após vinte anos de ditadura, a população vai às ruas exigir a volta das eleições diretas para Presidente da República. Esse será um ano de transformação para o jovem Caio! Depois da Chuva foi exibido como “work in progress” nos festivais de Cannes e Bafici, e depois foi selecionado na competição oficial do festival de Brasília em 2013, sendo premiado como melhor Ator – Pedro Maia, melhor Roteiro – Cláudio Marques e melhor Trilha Sonora. Venceu o Harlem International Film Festival 2014, realizado em Nova Iorque, na categoria melhor filme estrangeiro, escolhido entre os 90 filmes exibidos de 10 a 14 de setembro. (Brasil. 2014, 90 min)

“Cássia Eller”, de Paulo Henrique Fontenelle, poderá ser visto pelo público na quinta-feira, 16, às 19h30, como parte do ciclo Diversidade Sexual, com curadoria do Cineclube Purpurina. Após cerca de quatro anos de trabalho de pesquisa e entrevistas com familiares, amigos e colegas, o diretor Paulo Henrique Fontenelle nos mostra Cassia Eller sem censura. Repleto de fotos, entrevistas e vídeos raros, o filme foge da mera caricatura artística e foca na intimidade da artista, sem medo de abordar todas as facetas de Cassia ao decorrer de sua trajetória. (Brasil. 2014, 120 min)

Na sexta-feira, às 19h, será exibido o filme “A Rota do Melão”, de Branko Schmidt, como parte do ciclo Diversidade Cultural: Outras linguagens, outros olhares, que tem curadoria de Adriano de Jesus. Mirko (Kresimir Mikic) contrabandeia pessoas pelo rio Sava para a máfia local, entre as fronteiras da Bósnia Herzegóvina e Croácia, para o Oeste. O seu barco sobrelotado afunda e os chineses contrabandeados a bordo morrem afogados. Apenas uma jovem chinesa sobrevive, e Mirko decide escondê-la. Influenciado por ela, Mirko passa por mudanças na sua vida. Mas a mulher chinesa é uma testemunha e a máfia rapta-a com a ajuda do chefe da polícia local, tio de Mirko. (Croácia, 2006, 90min) 

rio-vermelho (594x450)Encerrando as exibições da semana, no sábado, às 19h30, o ciclo Aula de Cinema, que tem curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, exibe o filme “Rio Vermelho”, de Howard Hawks.

Depois de um longo prólogo que se passa durante as consequências de um ataque de índios em 1851, no qual vemos o empobrecido Tom Dunson (John Wayne) e o órfão Matt (Montgomery Clift) juntarem seus rebanhos para formar um império do gado, somos apresentados à Red River – como o personagem de Wayne chama a sua propriedade – na depressão econômica pós-Guerra Civil. Conduzindo um rebanho até o Missouri, o inflexível Dunson se torna cada vez mais tirânico, levando Matt a se rebelar e conduzir a boiada para o Oeste através de uma rota mais segura. Dunson admira a coragem do rapaz, mas, ainda assim, jura ir a seu encalço para matá-lo, o que leva a um clímax que é dos mais emotivos do gênero, no qual dois homens que se amam duelam em meio ao gado nas ruas de Abilene. (EUA, 1948. Preto e Branco, 133 min).

Howard Hawks (1896-1977) dizia que se interessava apenas por diversão e negócios. Apesar disso, frequentemente escrevia e produzia os filmes que dirigia. Realizou desde faroestes, filmes de gângsteres e histórias policiais até comédias e musicais. Exemplos são filmes com estruturas narrativas tão distintas como “Scarface, A Vergonha de uma Nação” (1932), “Levada da Breca” (1938) e “Onde Começa o Inferno” (1959). Hawks teve sua primeira oportunidade no departamento de adereços dos estúdios Famous Players-Lasky, e desenvolveu um importante trabalho durante mais de 40 anos, incluindo “Sargento York” (1941), “À Beira do Abismo” (1946), “Rio Vermelho” (1948), “Os Homens Preferem as Loiras” (1953), “Terra dos Faraós” (1955), “Rio Bravo” (1959) e “Hatari!” (1962). Em 1975, recebeu um Oscar honorário.

Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. Mais informações sobre a programação de cinema do museu AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
Centro