2A programação de cinema gratuita do mês de março no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas terá diversas atrações. Dentre elas, está a volta das exibições do ciclo “Cinema e Literatura”, com curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, que exibirá todo primeiro sábado do mês uma adaptação para o cinema de um clássico da Literatura. Outro destaque é o ciclo “O Cinema do Nosso Tempo”, com curadoria de Gustavo Sousa e Ricardo Pereira, que vai debater os grandes filmes e diretores da atualidade.

Na sexta-feira, 6, às 19h, será exibido o filme “Scarface – A Vergonha de uma Nação”, de Howard Hawks. A exibição faz parte do ciclo “Máfia no Cinema”, com curadoria de Gustavo Sousa.  Tony “Scarface” Camonte (Paul Muni) trabalha para Johnny Lovo (Osgood Perkins), um ambicioso gangster que deseja criar um império do crime em Chicago. Baseado na vida de Al Capone, “Scarface” revive um dos maiores e poderosos gangsters de todos os tempos, aplaudido, na época, pelo próprio Capone. (EUA, 1932. Preto e Branco, 93 min).

No sábado, 7, às 16h, a exibição é do filme “A Montanha Mágica”, de Hans W. Geissendörfer, como parte do ciclo “Cinema e Literatura”. Em 1907, o jovem burguês Hans Castorp deixa Hamburgo para visitar o seu primo Joachim nas montanhas da Suíça, onde está internado por padecer de tuberculose. Mergulhado num ambiente claustrofóbico e fechado, Hans torna-se igualmente vulnerável à doença, permanecendo no sanatório por sete anos. Neste ambiente, simultaneamente mórbido e mágico, é que inicia as suas experiências significativas da passagem à idade adulta, que combinam ensinamentos filosóficos e a iniciação aos prazeres da vida sexual. Ao eclodir da Primeira Guerra Mundial, Hans se depara com a perplexidade. (Direção de Hans W. Geissendörfer. Com Rod Steiger, Marie-France Pisier, Flavio Bucci, Christoph Eichorn e Charles Aznavour. Áustria/Alemanha/França/Itália, 1982. Colorido, 153 min).

O filme é baseado no romance homônimo de Thomas Mann, publicado em 1924. A obra pertence à tradição do romance de formação, embora a iniciação de Castorp não seja no mundo da ação e dos eventos – o clamor da Primeira Guerra Mundial iminente se restringe a algum lugar fora da quietude do sanatório – mas no mundo das ideias. Thomas Mann usa os debates entre pacientes para explorar as preocupações filosóficas e políticas da época: humanismo versus a ameaça real do absolutismo.

Ainda no sábado, às 19h30, será exibido o filme “Holy Motors”, de Leos Carax, como parte do ciclo “O Cinema do Nosso Tempo”. Da madrugada até à noite, algumas horas na existência do Senhor Oscar (Denis Lavant), um ser que viaja de vida em vida. É alternadamente industrial, assassino, pedinte, criatura monstruosa, pai de família… O senhor Oscar parece desempenhar papéis, interiorizando cada um de forma completa, mas onde estão as câmeras? Está sozinho, acompanhado apenas por Céline (Edith Scob), uma senhora loira alta aos comandos da imensa máquina que o transporta em Paris e arredores. É como um assassino consciencioso movendo-se de assassinato em assassinato. Persegue a beleza do gesto, do motor da ação, das mulheres e dos fantasmas de sua vida. Mas onde é a sua casa, onde está a sua família, o seu descanso? (França, 2012. Colorido, 110 min).

Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. Mais informações sobre a programação completa de cinema para o mês de março AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)