6807660329_a10bd58c1b_zComo parte da programação do ciclo “Diversidade Cultural”, o Coletivo Quizumba apresenta gratuitamente no próximo sábado, 17 de maio, às 16h, o espetáculo “Quizumba!”, no Galpão Múltiplo Uso do Sesc Campinas. 

O espetáculo “Quizumba!” estreou em maio de 2011 e, a partir das histórias da vida do Mestre Pastinha e de Zumbi dos Palmares, narra a trajetória de de dois meninos que, aprendendo a equilibrar covardia e valentia, transformam-se em guerreiros.

Em Quizumba! duas histórias se entrelaçam: a do menino Pastinha e do menino Francisco. Pastinha é um menino baiano do começo do século XX que vê sua passagem por uma determinada rua impedida por outro rapaz. Um dia, vendo a cena por uma janela, o velho mestre Benedito convida o menino a aprender um jeito de se defender. Durante o aprendizado, ensinando-o a equilibrar covardia e valentia, mestre Benedito conta a história de Francisco, o Zumbi dos Palmares. 

Incorporando diversas vozes, narradoras, soldados, batalhões, um padre, lavadeiras e escravos, a trajetória do menino Francisco é apresentada, envolvendo História e ficção, desde seu sequestro de um quilombo,quando criança, passando pela sua adoção por um padre e seu espírito de busca que o faz procurar sua origem. Assim, Pastinha vai ouvindo e contestando, criando sua própria história.

Os temas centrais são a resistência e a luta. Benedito, um velho africano, um Griot, vai desvendando que covardia e valentia têm várias formas de se mostrarem. O capoeirista: espera, observa, luta, esconde, se esquiva, foge; assim também fizeram os de Palmares e de outros quilombos. Assim, muitas vezes, a cultura africana se guardou, procurando e descobrindo várias formas de lutar e de transformar o mundo.

Todo o espetáculo é estruturado no andamento de uma roda de capoeira, num misto de jogo, dança e teatro. O uso da rima fortalece o caráter oral e mítico-narrativo que se completa no diálogo com músicas originais e outras da cultura popular.

Fundado em 2008, o Coletivo Quizumba sempre teve suas pesquisas pautadas pela cultura afro-brasileira. Esta escolha se deu por questões estéticas e políticas, uma vez que os signos desta cultura, apesar de estarem inteiramente presentes em nosso cotidiano, inclusive em nossa linguagem, foi sistematicamente negado por questões sociais. Essa via conduziu o grupo ao estudo da historiografia e da formação cultural do Brasil.(Carta Campinas com informações de divulgação)