A Sanasa (empresa municipal de água e saneamento) pretende construir um reservatório em Campinas para amenizar a grave crise hídrica que assola o município há mais de 60 dias. A informação foi passada pelo presidente da empresa de economia mista, Arly de Lara Rômeo, durante a primeira reunião do ano da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Campinas.

represa lagoa
Para Sanasa, represa poderia evitar racionamento de água

Arly disse que a cidade precisa de reservatórios para garantir o abastecimento em períodos de estiagem longa como o que a cidade enfrenta hoje. Segundo ele, já foram iniciados os estudos de viabilidade técnica da obra, mas admitiu que ainda não tem o lugar para a instalação da represa, nem estimativas de custos e prazos para a conclusão.

O encontro na Câmara teve como objetivo discutir as ações de enfrentamento da situação de estiagem atípica que vem derrubando a vazão dos rios que cortam a região, principalmente, em relação ao Rio Atibaia. Além da construção do reservatório, no plano de ações de Sanasa frente à estiagem, constam também otimizar o controle de perda do consumo de água que hoje gira em torno de 19%, enquanto a média nacional é de 38%.

Para a Sanasa, a crise hídrica, que quase resultou no racionamento de água em Campinas, teve origem em três fatores: a disponibilidade hídrica do sistema Cantareira, a indisponibilidade do banco de águas, a precipitação abaixo da média aliado às altas temperaturas, que resultaram em vazões da ordem de 10% em relação a média histórica de janeiro e fevereiro.

A média histórica para o mês de janeiro da vazão no Sistema Cantareira é de 63,4 metros cúbicos por segundos, mas em janeiro de 2014 a média ficou em 14,3 metros cúbicos por segundo, muito abaixo da normalidade para o período.

Para enfrentar a estiagem atípica, a Sanasa foi obrigada a promover ações preventivas, como antecipar as obras de desassoreamento junto a captação, fazer o alteamento do entrocamento existente na captação do Rio Atibaia, implantar sistema de cloração auxiliar nas Estações de Tratamento de Água, com o aumento de 20% da capacidade de dosagem de desinfetante e garantir estoques estratégicos de produtos químicos.

O vereador Luiz Carlos Rossini (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente e integrante do Conselho Fiscal do Comitê das Bacias do PCJ, afirmou que vai acompanhar diretamente todas as negociações da renovação da Outorga do Sistema Cantareira, que irá definir a quantidade de água que a região de Campinas receberá nos próximos anos.

Durante a reunião, o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado Furtado, ainda apresentou os trabalhos de prevenção à estiagem. (Carta Campinas com informações de divulgação)