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O espetáculo “A obscena Senhora D”, baseado no livro da escritora Hilda Hilst de mesmo nome, será encenado no Teatro do Instituto Hilda Hilst, em um espaço cênico montado na sala da Casa do Sol, em Campinas, ou seja, a obra será encenada bem próxima do local onde ela originalmente foi escrita.

A interpretação é de Suzan Damasceno e a direção de Rosi Campos e Donizeti Mazonas. Os ingressos já estão à venda pelo site do Instituto Hilda Hilst: www.hildahilst.com.br/loja

Datas: 31/08; 07, 14, 21 e 28/09; 05/10
Sempre às 21hs

Sinopse:
Hillé, apelidada pelo marido Ehud de Senhora D, D de Derrelição*, aos sessenta anos decide viver num vão de escada onde se entrega a uma busca incessante pelo sentido das coisas. Em seu espaço diminuto, na companhia de peixes de papelão que habitam um aquário, a Senhora D revive momentos da relação com o marido, recentemente falecido. Hillé busca a compreensão do sagrado através da enigmática imagem de um menino-porco e chafurda os limites da sanidade ao confrontar-se com a velhice, o abandono, a ruína, o absurdo contido na sucessão dos dias e a própria morte.

*D de derrelição.
…desamparo, abandono. Ou, em linguagem jurídica, “abandono voluntário de coisa móvel, com a intenção de não mais a ter para si”. E por que obscena? Pela voz da autora: “… e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida”.
No vão da escada de sua casa escura, essa obscena Senhora D nos contempla através dos buracos dos olhos das “máscaras de focin-hez e espinhos amarelos” que costuma usar. Para falar “dessa coisa que não existe, mas é crua e viva, o Tempo”, para cuspir em nosso rosto a pequenez, a perdição humana, para dizer que “ninguém está bem, estamos todos morrendo”. Enquanto se dissolvem no aquário peixes pardos recortados em papel… (Texto de divulgação)