(imagem ralcon eng – reprod- divulgação)

Mais uma pesquisa desenvolvida em universidade pública brasileira pode ter uma rápida transformação em atividade econômica. A professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, Rosana Goldbeck, desenvolveu processos para aproveitar todo o resíduo da agroindústria da laranja. O bagaço da laranja, abundante e subaproveitado pela indústria, poderá se transformar em materiais nobres como a obtenção de pectina, xilo-oligossacarídeos e bioenergia. O estudo, com apoio da Fapesp, que já tem patente registrada e foi realizado em conjunto com a doutoranda da Unicamp Manoela Martins.

De acordo com reportagem de Helena Tallmann, da Unicamp, o trabalho da pesquisa consegue aproveitar completamente os rejeitos provenientes da produção industrial do suco de laranja e pode servir para todas as frutas cítricas. Segundo Goldbeck, a pectina já é um produto de alta demanda, pois utilizado como agente espessante em geleias, iogurtes e outros produtos alimentícios. O processo integrado, por sua vez, permite baratear essa extração e reduzir o consumo de água e solventes. “Estudamos como aproveitar de forma integral esse resíduo para não termos nenhuma perda e gerar o máximo possível de bioprodutos, dentro do conceito de uma biorefinaria. Depois da extração da pectina, há hemicelulose residual, utilizada para a produção de xilo-oligossacarídeos por meio de uma reação enzimática”, explica.

Segundo a pesquisadora, os xilo-oligossacarídeos são carboidratos não convencionais, com baixo teor calórico, com efeito prebiótico na flora intestinal, estimulando o crescimento e a atividade de bactérias benéficas do intestino, com potencial aplicação em formulações alimentícias destinadas ao consumo humano e à nutrição animal. “Desse processo integrado, também remanesce uma parcela significativa de celulose, que conseguimos queimar para produzir biogás ou converter em açúcar e produzir bioetanol, fechando o ciclo de aproveitamento integral do resíduo e implementando o conceito de economia circular”, completa Goldbeck. (Veja mais AQUI)