fotos-2Nos próximos dias 14 e 15 de outubro, às 20h30, e 16 de outubro, às 19h, na Sala dos Toninhos, localizada na Estação Cultura, em Campinas, o Grupo Livre de Teatro apresenta o espetáculo “O Homossexual e ou a Dificuldade de se Expressar”, adaptado de texto homônimo do dramaturgo Raúl Damonte Botana, conhecido como Copi, um dramaturgo, desenhista e romancista argentino francófono.

Nesta peça com um falso título de conferência, Copi é fulcral. Ele retorce os códigos do vaudeville com cinco personagens de sexos múltiplos e indistintos. Pois é efetivamente o corpo livre de classificações genéricas que está no centro de todas as vertigens causadas por essa peça, vertigens transfiguradas em risos iconoclastas. Mas, por trás de uma linguagem crua e de situações trash, o autor nos coloca uma interrogação mordaz sobre a identidade humana, sobretudo a sexual. Como se expressar? Como se amar? pergunta Copi. É no inconveniente gozo da alteridade que a crueza da linguagem do autor nos convida a um ritual arrebatador, no qual o amor se configura para além dos sexos, e o sexo para além dos amores, em um turbilhão de marionetes que se auto sacrificam.

Exilado na França nos anos 1960, onde se erradicou, Copi tornou-se conhecido pela criação do quadrinho La femme assise (A mulher sentada), publicado pelo jornal Nouvel Observateur. Suas obras, que perfazem um total de 8 romances, 18 peças de teatro, 7 HQs e 1 ópera, foram censuradas e proibidas pelas ditaduras sul-americanas por tratar de temas tabus à época, como sexualidade e política. Por esta razão Copi tem ganhado o público brasileiro (e argentino) apenas recentemente.

O Grupo Livre de Teatro é formado por Ariana Zilioti, Jaqueline Ramirez e Matheus Fantini. Os integrantes traçaram trajetórias dispares, mas foi no teatro que estes três amigos se encontraram e, da afinidade criativa e do engajamento político-social, nasceu, em 2014, o Grupo Livre de Teatro. O conhecimento técnico de Ariana (graduada em Artes Cênicas pela Université de Nancy II – França), a prática performativa de Jaqueline (artista circense, dançarina e performer) e a experiência como ator amador de Matheus (ator e cofundador do grupo TraveCia insólita) consolidaram o que surgiu da vontade de amigos criarem juntos. Em 2014 os membros integraram o elenco de O dragão dourado, peça do dramaturgo alemão Roland Schmmelpfennig; em 2015, integraram o Coletivo Lindo para criação, montagem e turnê da peça de rua Somos todos petroleiros. Agora, com a adaptação de O homossexual ou a dificuldade de se expressar, de Copi, o Grupo Livre de Teatro traz à público sua primeira peça.

SINOPSE
Deportadas na Sibéria, Madre e sua filha Irina vivem juntas em uma casa perdida no meio das estepes, rodeadas de lobos. Madame Garbo, professora de piano, apaixonada pela sua aluna, Irina, adentra a vivenda insana dessas duas transgêneras. Confissões e declarações inesperadas se encadeiam. Garbo arquiteta um plano de fuga com a garota para a China, mas encontra em seu caminho, junto à resistência de Madre, o comportamento autodestrutivo de Irina…

Os ingressos para o espetáculo são no chapéu, com contribuição espontânea de valor. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Local: Sala dos Toninhos (Estação Cultura)
Dias: 14 e 15; às 20h30
e 16 de outubro; às 19h

Direção: Grupo Livre
Elenco:
Ariana Zilioti
Matheus Fantini
e Jaqueline Ramirez

participação:
Daniel Costa (Kiô Ramirez)

Figurino:
Vicente Perrotta

Maquiagem:
As Ramirez

Fotos:
Carlos Poblete

Performances:
Beth Burton
Cecília DellaCroix
Stefani Mazzini

Classificação: 18 anos