01_tabela_LIMP_VIGIUma organização social (OS) ligada ao PSDB, a Poiesis, administrou Fábricas de Cultura em periferia com contrato de gestão irregular de R$ 66 milhões sem licitação. O acordo recebeu aditivos e chegará ao montante de mais de R$ 145 milhões. Mas não para por aí.

A Poiesis é dirigida por Clóvis de Barros Carvalho, que foi fundador do PSDB e ex-ministro da Casa Civil no governo FHC. A Organização Social tem contratos ativos de mais de R$ 300 milhões em repasses públicos. Além de administrar cinco Fábricas da Cultura em São Paulo, faz a gestão dos museus Casa das Rosas e Guilherme de Almeida e mais 15 unidades das Oficinas Culturais espalhadas pelo Estado.

A empresa sem fins lucrativos assinou contrato de gestão das Fábricas de Cultura com o governo do Estado em 2011, no Governo Alckmin (PSDB). Na época, a Secretaria da Cultura estava sob os cuidados de Andrea Matarazzo, outro tucano de alta plumagem, ex-ministro das Comunicações de FHC, ex-secretário das subprefeituras de São Paulo quando Serra (PSDB) era prefeito de São Paulo.

– A OS apresentou mais custos com faxina e vigilância do que com educadores.

– Parecer aponta gastos de R$ 1 milhão e 300 mil com propaganda e gráfica para divulgar duas Fábricas na periferia

– O custo de produção apresentado para um único espetáculo feito por aprendizes foi de R$ 167 mil

– O contrato com a OS acaba de ser renovado até 2020

Desde que a Poiesis decidiu diminuir o horário de funcionamento da biblioteca, aprendizes da Fábrica de Cultura que ocuparam a unidade do Capão Redondo questionavam a falta de transparência da Organização Social. A dúvida também marcou as ocupações da Fábrica da Brasilândia e a do Museu Casa das Rosas, também administradas pela OS.
Os educadores que foram demitidos por corte de verbas e os que decretaram greve também se perguntavam como são administrados os recursos públicos que a Poiesis recebe da Secretaria da Cultura.

Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) questiona os gastos.  A começar pelos valores destinados à segurança e limpeza. O contrato da Poiesis declara que na Fábrica do Jardim São Luís seriam necessários R$ 1.032.382,92 para o pagamento de equipes de vigilantes em cinco postos: “2 de 12 em 12 horas e 3 de 24 horas”. São R$ 62.400,00 por mês que foram multiplicados pelos 15 meses de operação e incluem a correção monetária prevista para o período.

A Secretaria-Diretoria Geral (SDG) posiciona-se: “Ora, o máximo que depreende da planilha é que o gasto médio mensal é de R$ 12.480,00 por posto. O posto tem 1 vigia? São cinco vigias no total? Mas como foi a formação deste valor?”. As informações divulgadas pela Poiesis não esclarecem. “Enfim, não se sabe ao certo quantos vigias e se cada um corresponde a gasto médio mensal de R$ 12.480,00, o que se mostraria elevado, ainda que em turno noturno”, cita o documento. (Dos Jornalistas Livres; edição Carta Campinas, Veja reportagem completa)