Foto: Leo Aversa

De 27 a 29 de maio, sexta e sábado às 21h e domingo às 17h, o espetáculo “Incêndios”, protagonizado por Marieta Severo e dirigido por Aderbal Freire‐Filho, será apresentado no teatro Castro Mendes, em Campinas.

Primeira montagem brasileira do autor libanês Wajdi Mouawad, a engenhosa carpintaria de Mouawad despertou a atenção de Marieta Severo para a saga da árabe Nawal, cuja vida é atravessada por décadas de uma guerra civil que parece nunca ter fim. Ela passa seus últimos anos em voluntário exílio no Ocidente, onde morre e deixa em testamento uma difícil missão para seu casal de filhos gêmeos (Felipe de Carolis e Keli Freitas): encontrar o pai e também um irmão perdido em seu remoto passado no Oriente.

‘É a história de três destinos que buscam suas origens em uma tentativa de solucionar a equação de suas existências’, resumiu Mouawad na apresentação da primeira montagem da peça. A trajetória da protagonista encontra paralelo na vida do autor, nascido no Líbano, mas radicado no Canadá desde a década de 80. Encenado com sucesso em 15 países, ‘Incêndios’ chegou às mãos de Marieta e Aderbal através do ator Felipe de Carolis.

Aderbal se viu estimulado pela dramaturgia de Mouawad: ‘Os textos são altamente poéticos ao falar das tensões entre homem e sociedade. Mesmo situando os personagens e ações em um contexto real, a peça não localiza geograficamente a ação, apenas sabemos que se trata de Ocidente e Oriente, as cidades têm nomes inventados e datas de fatos históricos são modificadas’, comenta.

Marieta interpreta a protagonista da juventude aos momentos finais, passando por episódios dramáticos, como a adesão à guerrilha, a incessante busca pelo filho perdido e as dificuldades de ser mulher na região. ‘É o desafio de fazer um épico, explorar as possibilidades deste gênero e interpretar as variadas idades e fases da personagem’, avalia a atriz. A seu lado, além de Felipe de Carolis e Keli Freitas, estão Márcio Vito, Kelzy Ecard, Fabianna de Mello e Souza, Isaac Bernat e Flávio Tolezani.

A concepção do espetáculo se vale da própria poética da cena para expressar as situações reais criadas pelo autor. ‘O palco infinito pode ir de um continente a outro e de um tempo a outro, desde que o conjunto da encenação desperte a imaginação do espectador e é isso que as atrizes e os atores de ‘Incêndios’ têm como objetivo. Em um cenário de grande impacto plástico em sua simplicidade, o talento do elenco queima no mesmo fogo a realidade e a ilusão’, diz o diretor do espetáculo Aderbal.

Este é mais um incêndio entre os vários – literais e metafóricos – que acontecem durante a busca do casal de gêmeos pelo passado da mãe no outro lado do planeta. Ao se deparar com suas origens, eles veem o fogo da guerra – mesmo depois de seu fim – agir implacavelmente em suas vidas.

Mouawad constrói uma intrincada teia de relações, segredos e sentimentos. ‘’Incêndios’ não é propriamente uma peça sobre a guerra, mas sobre promessas que não são cumpridas, sobre tentativas desesperadas de consolo, sobre maneiras de se permanecer humano em um contexto desumano’, resumiu o autor. (Carta Campinas com informações de divulgação)

FICHA TÉCNICA:

INCÊNDIOS – De Wajdi Mouawad
Tradução: Angela Leite Lopes
Direção: Aderbal Freire‐Filho
Com Marieta Severo, Felipe de Carolis, Keli Freitas, Kelzy Ecard, Marcio Vito, Isaac Bernat, Flávio Tolezanie Fabianna de Mello e Souza.
Cenografia: Fernando Mello da Costa
Iluminação: Luiz Paulo Nenen
Figurinos: Antonio Medeiros
Trilha Sonora: Tato Taborda
Direção de Produção: Maria Siman
Produção Executiva e Administração: Luciano Marcelo
Gerente de Projetos: Gabriela Mendonça
Produtores: Maria Siman, Felipe de Carolis e Marieta Severo
Produtor associado: Pablo Sanábio
Idealização do Projeto: Felipe de Carolis
Realização: Primeira Página Produções, E_merge e Teatro Poeira
Duração: 120 minutos
Classificação etária indicativa: 14 anos
TEATRO MUNICIPAL JOSÉ DE CASTRO MENDES
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial – Campinas / SP
De 27 a 29 de Maio de 2016.
Sexta e Sábado 21h e Domingos 17h
Informações: (19) 3272‐9359
Vendas pela internet: www.compreingressos.com
Ingressos: R$ 25,00 (inteira) R$ 12,50 (meia entrada)

Confira também a programação das Oficinas em Campinas:

Datas: 28 e 29 de maio
Horário: das 9h às 13h
Local: Teatro Municipal José Castro Mendes
Endereço: Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial

Tema 1: PREPARAÇÃO PARA CRIAÇÃO – COM FABIANNA DE MELLO E SOUZA

Objetivo

A oficina pretende investigar o papel que o ator no processo de criação coletiva a partir da experiência da atriz Fabianna de Mello e Souza durante nove anos junto a trupe do Théâtre du Soleil.

Como deve o ator contemporâneo preparar-se para criação?

Esta oficina introduz uma refllexão sobre o engajamento do ator no processo criativo, sua autonomia e responsabilidade, assumindo na criação o motor principal. Na cia francesa o ator participa de todas as fases da criação: Da pesquisa que precede até o jogo em cena, passando pela organização do espaço, aquecimento corporal, preparação das improvisações e criação de figurinos, etc. Nesta oficina criaremos um laboratório de ensaio a partir do tema/texto escolhido. Introduziremos o conceito de organização do espaço repensando sua disposição em relação a cena além de propor uma compreensão na organização do tempo necessário para o processo criativo.

Técnicas de coro e corifeu e a criação de partituras serão compartilhadas além de experimentar técnicas de desenvolvimento da cena através da copia e do revezamento entre atores.

Esta oficina tem como objetivo também introduzir novas técnica de treinamento corporal revistando o movimento a partir do conceito da transposição.

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Tema 2: O OLHAR DO GRIOT E O OFÍCIO DO ATOR – COM ISAAC BERNAT
Objetivo

A partir dos anos de convivência com o griot africano Sotigui Kouyaté, a oficina pretende investigar o papel que o ato de contar histórias individualmente e em grupo pode ter no reconhecimento da identidade do ator, bem como na afirmação e no fortalecimento de sua autonomia criadora. A oficina é fundamentada na convivência de 10 anos com Sotigui Kouyaté que originou a minha tese de doutorado: “O olhar do griot sobre o ofício do ator: uma reflexão a partir dos encontros com Sotigui Kouyaté”. A tese deu origem ao livro “Encontroscom o griot Sotigui Kouyaté”. Os griots têm uma função indispensável na África Ocidental, pois são a memória do continente africano. Os griots são sábios itinerantes, conselheiros dos reis e de chefes tradicionais, mediadores e mestres de cerimônias em todas as épocas. Conhecidos como mestres da palavra são também, cantores, músicos e contadores de história.

Inscrições pelo e-mail: [email protected]