vista_minha_pele_pronto_em_sd.still001_0 (640x447)Na próxima quarta-feira, 1º de junho, às 20h, o Barracão Teatro, em parceria com os curadores Sidélia Silva e Adriano Bueno, inicia na sede do grupo, localizada em Barão Geraldo, a programação “SarauCine – Representatividade e Identidade”.

A atividade contará com exibição de filmes e debate com o público sobre as questões das relações étnico-raciais relacionadas à arte e mídia como um todo. “Propomos um ciclo de debates com filmes para suscitar e dar elementos que dialogam com a temática proposta a cada parte desse ciclo”, explicam os curadores – ambos militantes de movimentos sociais e inseridos nos debates relacionados à questão racial.

No ano passado, durante o compartilhamento de estudos de atualização da dramaturgia do circo teatro, o Barracão Teatro deparou-se com uma afirmação contundente colocada por duas espectadoras, Ana Vitória e Sidélia Silva: “não queremos mais ser representadas assim!”. A partir desta colocação, absolutamente legítima, o Barracão Teatro passou a encontrar-se com alguns movimentos sociais que vêm lutando contra um modo estagnado de representação da cultura negra e das mulheres nas cenas teatrais. A ideia foi conversar sobre como a arte poderia repensar e modificar os parâmetros que acentuam preconceitos, racismo, submissão de gênero e tantas outras opressões ainda sofridas em nossa sociedade do século XXI, ao invés de reforçá-las.

“Para responder a esta questão, nos reunimos com Ana Vitória e Sidélia Silva e depois de alguns debates, resolvemos abrir um espaço compartilhado de diálogo e reflexão sobre estes temas, iniciando esta ação com estudos sobre a cultura negra, através de alguns filmes, que serão apresentados ao longo do ano, como disparadores do tema, acompanhados de um bate papo informal entre a plateia, após sua exibição.”, explica a diretora do Barracão Teatro, Tiche Vianna.

A programação será aberta pelo curta “Vista minha pele”, do cineasta Joel Zito Araújo. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Na história, Maria é uma menina branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.

O filme foi patrocinado pelo CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, uma organização sem fins lucrativos, criada em 1990 com o objetivo de conjugar a produção de conhecimento e programas de intervenção na problemática das desigualdades.

Os ingressos serão no chapéu, contribuição espontânea de valor. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Abertura do Sarau Cine – Representatividade e Identidade
Exibição do curta-metragem Vista Minha Pele, de Joel Zito Araújo
1º de junho às 20h no Barracão Teatro (Rua Eduardo Modesto – 128, Vila Santa Isabel)
Ingressos no Chapéu (público contribuiu com o valor que pode/deseja pagar pela vivência no Sarau Cine).

FICHA TÉCNICA – VISTA MINHA PELE
Direção: Joel Zito Araújo
Argumento: Maria Aparecida Bento
Coordenação geral: Hédio Silva Jr.
Roteiro: Joel Zito Araújo & Dandara
Patrocínio: CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.
Gênero: Ficcional Educativo
Duração: 24 min
País: Brasil
Lançamento: 2003