Até o genocídio brasileiro é feito com jeitinho, um jeitinho para que não se perceba como tal. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a violência contra jovens negros e pobres debateu hoje (9) a elevada vitimização dessa faixa da população com base em dados do Mapa da Violência 2014, divulgado no ano passado: das 56.337 pessoas vítimas de homicídio no país em 2012, 30.072 eram jovens de 15 a 29 anos. Desse total, 23.160 (77%) eram negros (considerada a soma de pretos e pardos).
De acordo com a pesquisa, os homicídios são a principal causa de morte de jovens no Brasil e atingem principalmente jovens negros, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.
O estudo mostra também que, de 2002 a 2012, o número de homicídios de jovens brancos caiu 32,3%, e de jovens negros aumentou 32,4%.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, atribui a alta taxa de homicídios no Brasil à impunidade, à cultura da violência e à tolerância institucional.
“Apenas 3 a 4% dos homicidas no Brasil vão para a cadeia. Uma parte preponderante dos homicídios ocorre entre parentes, vizinhos e amigos por motivos fúteis. Com a ampla circulação de armas, qualquer conflito se converte em letal. E, o mais grave ainda, há a tolerância institucional, com a culpabilização da vítima. Não estamos conseguindo institucionalmente enfrentar a violência. As taxas [de homicídio] só estão aumentando”, disse.
Waiselfisz destacou que a juventude pobre está sendo exterminada no país, “mas coincide, no Brasil, que ser negro é ser pobre”.
Segundo o sociólogo, as políticas públicas atuais não são suficientes para frear a elevada vitimização dos jovens negros e suas projeções indicam que o problema continua a aumentar.
Sobre as propostas de emenda à Constituição para redução da maioridade penal, Jacobo ressaltou que essa medida não é solução para a violência. “Temos no Brasil aproximadamente 600 mil presos nas cadeias e mais homicídios. Nunca tivemos tantos presos e temos mais homicídios. Não adianta mudar as leis. Temos leis muito boas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas que não são aplicadas”.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC 171/93) da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos teve a admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última semana. À PEC 171 foram apensadas mais 38, que tratam do tema. Entre elas, há propostas para reduzir a maioridade para 12 anos e outras que sequer estabelecem limite de idade. (Agência Brasil)
Acredito, que estes altos índices, só são tolerados pela população, porque nem eles próprios sabem como se definir. Eu sou negra, de família negra, e até onde eu sei, sem qualquer mistura racial. Pra mim, é obvio: sou negra. Mas, para a maioria das pessoas, é uma carga muito ” pesada” pra se carregar e elas preferem inventar toda uma miríade de cores, menos a negra. E acabam por acreditar nisso, tudo isto, reforçado e incentivado pela mídia com suas mensagens subliminares e outras óbviamente racistas. Acreditam tanto, que só descobrem ser negros ao sair do país. A manipulação é tanta, que alguns negros de pele mais clara, que se assumem como tal, são logo corrigidos. Não, você não é negro é fulano de tal, sicrano. A mesma mídia que infunde em suas mentes que são “morenos”, na hora de divulgar as estatísticas da real situação do nosso povo, usam o termo verdadeiro que raça negra, e aí mora a encrenca. Quem se considera negro neste país, ou como diria o candidato a presidencia dos EUA Jesse Jacksom quando em visíta ao Brasil. Quem são os negros brasileiros?? Estou cansada de ouvir declarações de amigos e conhecidos tipo: meu pai era negro, meu avô,avó, etc ele não !!. Esta confusão se perpetua e é benéfica para os conservadores, que deste modo, garantem sua hegemonia no poder político, financeiro, etc. Já pensaram no dia em que essa massa acordar???!!