PrefeituradeItanhaemO conforto térmico promovido pela ventilação natural nas moradias é ignorado pelas construtoras de habitações populares em Campinas, segundo pesquisa realizada pela arquiteta Juliana Magna da Silva Costa Morais, na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp. A pesquisa também afirma que esse item praticamente não aumentaria o custo de construção das moradias.

Juliana Morais estudou construções o programa Minha Casa Minha Vida que, já em 2010 estavam com várias obras erguidas em Campinas. “Decidimos conferir este aspecto em um programa cujo apelo está na quantidade de construções, mas no qual a qualidade é duvidosa. A ventilação natural é problemática nestas edificações, que ocupam grandes áreas suburbanas, onde a construtora busca sempre construir a maior quantidade de blocos por gleba. Com isso, o projetista desconsidera fatores importantes, como a melhor posição do bloco em relação ao vento dominante”, constatou a pesquisadora em notícia do Jornal da Unicamp.

A autora afirmou que estudou três tipologias diferentes localizadas no município. “Além de apresentar os resultados, procuramos alertar os projetistas sobre pequenas decisões que podem influenciar no conforto térmico dos moradores. Sugerimos recomendações pontuais para incentivar projetos de habitações populares mais adequados sob este ponto de vista”, disse.

Para ela, os projetistas já se esqueceram da antiga bandeira de porta (abertura no alto), que permitiria o cruzamento de vento quando a pessoa se fecha no quarto para dormir. Colocar uma veneziana na porta de entrada também melhoraria a ventilação no interior do apartamento, sem perda de privacidade. “Tanto esses pormenores, como a decisão sobre a posição do edifício no terreno, não implicaria em maior custo da obra, apenas em maior consciência do projetista e do construtor”, afirmou.

A pesquisa, divulgada no site da Unicamp fez parte da tese intitulada “Ventilação natural em edifícios multifamiliares do programa Minha Casa Minha Vida”, orientada pela professora Lucila Chebel Labaki.