tn_620_600_quarteto_russoNeste mês de setembro, a CPFL Cultura realiza uma série de apresentações com artistas da música erudita contemporânea que interpretam os torturados sons produzidos por quatro compositores do leste europeu e da Rússia que viveram e criaram durante a Primeira Guerra. Medo, insegurança, sonhos, delírios, fugas e exílios interiores – sensações que transparecem nestas obras capitais de um século atrás.

Na Hungria, Béla Bartók, 33 anos, foi obrigado a reduzir o universo geográfico de suas pesquisas folclóricas às aldeias remotas da Transilvânia e da Romênia a partir da eclosão da primeira guerra mundial, que ficou conhecida como a grande guerra.

Em Praga, o compositor Leos Janácek, 60 anos, mudou radicalmente sua vida afetiva e criativa: separou-se da mulher e assumiu um caso avassalador com Kamila Stosslová no período de guerra (ela serviu-lhe de musa inspiradora de uma incrível sequência de grandes criações musicais, até sua morte em 1928).

Em Varsóvia, Karol Szymanowski, 31 anos, não foi convocado para o exército polonês em 1914 por doença. Permaneceu até 1918 vivendo como um ermitão: passou muita necessidade financeira, mas jamais deixou de compor.

Na Rússia, Aleksander Scriabin, 42 anos, vivia seus sonhos teosóficos e musicais místicos, tentando capturar o mistério do universo. Imaginou até uma obra multimídia a estrear nas geladas montanhas do Himalaia. Passou o verão de 1914 no campo. Lá compôs suas últimas obras, já em plena grande guerra.

Na apresentação deste sábado, 20 de setembro, às 20h, o “Quarteto Romanov”, formado pelos violinistas Alexey Chashnikov, Tatiana Vinogradova, o violista Simeon Grinberg e o violoncelista Rodrigo Andrade Silveira, integrantes da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, interpretará dois quartetos de cordas emocionalmente intensos, compostos durante a grande guerra de 1914-18, que constituem um retrato sonoro do modo como dois grandes compositores do leste europeu criaram durante o conflito. Bartók compôs seu segundo quarteto entre 1915 e 1917, mas a obra só estreou em 1918, ao término da guerra. Não deve ser acaso que seu quarteto conclua com um adagio, que muitos já chamaram de marcha fúnebre cifrada. O polonês Karol Szymanowski escreveu seu primeiro quarteto em 1917 na cidade de Elisavetgrado. Um fato revelador: o movimento final não foi escrito. É como se ele quisesse aguardar o desfecho da guerra para completá-lo. Por isso, a obra só estreou em 1924, em Varsóvia.

A entrada é gratuita por ordem de chegada a partir das 19h. Vagas limitadas. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Programa

sergei rachmaninov (1873-1943) : romance

bela bartók (1881-1945): quarteto para cordas no. 2, op. 17, bb75

– moderato

– allegro molto capriccioso

– lento

karol szymanowski (1882-1937): quarteto para cordas no. 1, op. 37

– lento assai – allegro moderato

– andantino semplice. in modo d’una canzone – adagio dolcissimo –

lento assai

– vivace – scherzando alla burlesca – vivace ma non troppo

Quartetos de guerra
Quarteto Romanov
Alexey Chashnikov e Tatiana Vinogradova | violinos
Simeon grinberg | viola
Rodrigo andrade silveira | violoncelo

Local: auditório umuarama | cpfl cultura (rua jorge figueiredo corrêa, 1632, chácara primavera, campinas – sp);
Data: 20/09/2014
Horário: 20h;
Capacidade: auditório umuarama: 162 lugares;
Classificação etária: 14 anos;
Entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. vagas limitadas;
Informações: (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;