GuilhermeScholzO discurso linha dura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem fundamento e prática dentro dos governos do PSDB no estado. Em 20 anos de governo tucano, essa linha dura tem se mostrado totalmente incapaz de resolver o problema da criminalidade, que não recua, mas tem um efeito colateral devastador.

Em reportagem no site Ponte, André Camarante, mostra que a Polícia Militar de São Paulo, durante 19 anos de governo do PSDB, matou 10.152 pessoas  (julho de 1995 a abril 2014) – o equivalente à população de uma cidade como a paulista São Luiz do Paraitinga, interior do estado.

Levantamento feito pela reportagem da Ponte indica que, em média, 45 pessoas foram mortas por PMs a cada mês no Estado, num cenário em que os policiais também são vítimas – cinco foram assassinados por mês no período.

Diz a reportagem que “o mesmo levantamento mostra que a política de segurança pública vigente nestas duas décadas não conseguiu baixar o número de civis mortos por policiais, pelo contrário: se nos cinco primeiros anos a média de mortes por 100 mil habitantes foi de 0,89, nos últimos cinco, chegou a 1,17 – alta de 31,5%, considerando-se as mortes provocadas por PMs ocorridas apenas durante o horário oficial de serviço. Desde 1995 (quando a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo passou a divulgar dados estatísticos sobre a violência no Estado), foram registradas 8.277 mortes provocadas por PMs durante o trabalho de policiamento e outros 1.875 casos fora do serviço oficial – a maior parte em “bico” (serviço extra-corporação) de segurança particular ou em situações como brigas de trânsito, de bar, entre vizinhos, crimes passionais e etc.”

Mas não são só cidadãos brasileiros, suspeitos ou não, que são assassinados. Essa política também coloca da linha de fogo os próprios policiais militares, que enfrentam uma situação de guerra civil. A Secretaria se limita a divulgar as mortes durante o trabalho policial, que desde 1995, foram 475 mortes. “Mas a maior parte dos assassinatos de policiais militares em atividade na corporação aconteceu quando eles estavam de folga: foram 684 casos. Ao todo, houve 1.159 mortes de PMs no período, estivessem eles em expediente oficial ou fora dele.” (Carta Campinas com informações da Ponte.org)