mostraA Mostra Luta, organizada pelo Coletivo de Comunicadores Populares, terá sua sexta edição esse ano entre os dias 18 e 27 de outubro. A Mostra traz diversas atividades, incluindo exibição de filmes e debates após as sessões, exposições, oficinas de fotografia, de produção de quadrinhos, apresentações de teatro, poesia e música.

Esse ano, a Mostra pretende lembrar as grandes manifestações que voltaram a tomar conta das ruas do Brasil, mostrando a insatisfação de boa parte da população que não é representada pelos atuais sistemas político e econômico. A sexta edição da Mostra faz, neste sentido, uma retrospectiva das principais mobilizações ocorridas nestes últimos meses com a exibição de documentários e pequenos filmes produzidos por cineastas, jornalistas e participantes em geral das manifestações, que registraram esses momentos históricos e já constituem um importante documento de memória. Além das exibições, estão previstas mesas de debates como a Mesa “Comunicação Popular nas manifestações”, que contará com a presença do Movimento Passe livre.

Além de dar visibilidade às ações históricas dos movimentos de luta social, a Mostra faz uma homenagem ao fotógrafo-militante João Zinclar, falecido em janeiro deste ano e cuja memória permanecerá em cada luta por um mundo livre de opressões e desigualdades sociais.

Todas as atividades da Mostra são gratuitas e acontecem no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas. Essa edição também contará com transmissão todos os dias dos debates, via internet, no endereço socializandosaberes.net.br Mais informações no site oficial da Mostra. (Da Rede Carta Campinas)

Confira abaixo detalhes da programação:

Atividades paralelas à Mostra:

1ª Mostra Itinerante nas Escolas- 3 a 17 de outubro

Exposição “João Zinclar: Imagem Militante” – 15 de outubro a 18 de novembro

Exposição “Mobilidade e Mobilização” – Exposição Lambe-Lambe de fotos pelas ruas da cidade (procure nos muros). Inscrição para participação até o dia 11 de outubro.

18/10 sexta-feira

19:30h – Sessão homenagem: em memória do fotógrafo João Zinclar 1
João Zinclar, a imagem militante (MIS Campinas, 2013, 30’). Entrevista dada por João Zinclar ao projeto de memória oral das lutas sociais em Campinas, desenvolvido pelo Museu da Imagem e do Som. Trata da sua origem operária, das suas andanças pelo Brasil como hippie, o ingresso na militância comunista e sindical e, por fim, a descoberta da fotografia.
Camarada João, Presente! Agora e Sempre! (Coletivo de Comunicadores Populares, 2013, 35’). Homenagem do Coletivo de Comunicadores Populares de Campinas à vida e à memória do amigo e companheiro de luta, camarada João Zinclar.

19/10 sábado

17:00h – Sessão homenagem: em memória do fotógrafo João Zinclar 2
“Não faço fotografia, faço denúncia social” (Sônia Regina F. Oliveira, 2013, 16’). Relato de João Zinclar para crianças de uma escola pública, sobre como se deu seu interesse pela fotografia.
“Camarada João, Presente! Agora e Sempre! (Coletivo de Comunicadores Populares, 2013, 35’). Homenagem do Coletivo de Comunicadores Populares de Campinas à vida e à memória do amigo e companheiro de luta, camarada João Zinclar.

18:00h – Mesa de debate “Imagens militantes: João Zinclar presente!”
Convidados: João Ripper (fotógrafo), Jesus Carlos (fotógrafo), Bira Dantas (cartunista) e Sônia Fardin (historiadora)
Debate sobre o trabalho de Zinclar. Abertura com depoimentos de João Zinclar no programa “Caçadores da Alma“, de Silvio Tendler.

20:30h – Visita à exposição: “João Zinclar: Imagem Militante”.

20/10 domingo

9:30 às 17:00h – Oficina de Fotografia “Bem Querer”, com João Ripper
Oficina teórica e prática com o fotojornalista João Ripper, fundador do projeto Imagens Humanas, que coloca a fotografia a serviço dos direitos humanos. (http://imagenshumanas.photoshelter.com/)
Inscrições pelo email: [email protected]
Enviar nome, telefone e um resumo do interesse na oficina em no máximo 5 linhas (20 vagas). Para a oficina, é importante levar qualquer câmera fotográfica.

16:00h – Sessão 1
11 de Setembro (Ken Loach, 2002, 11′). Um paralelo entre o ataque às torres gêmeas nos EUA e o Golpe Militar no Chile, ambos ocorridos em um dia 11 de setembro.

Nostalgia da Luz (Patrício Guzman, 2010, 90’). No deserto de Atacama, Chile, astrônomos investigam as origens do Universo. Na mesma região, arqueólogos buscam pelos corpos de povos milenares, ao lado de mulheres que com as próprias mãos cavam a terra em busca de desaparecidos na ditadura de Pinochet.

19:30h – Sessão 2
Rocinha Brasil 77 (Sérgio Peo, 1977, 16’). Investigação sobre a vida da maior favela da América Latina. A câmera passeia, enquanto em off, ouve-se reflexões de moradores sobre questões do dia-a-dia da comunidade.

Moinho Vivo 2 (Ação Direta de Vídeo Popular, 2013, 15’). A luta dos moradores da Favela do Moinho pelo direito à moradia, contra o iminente despejo e os incêndios criminosos.

Quilombo do Jaó. (Laboratório Terra Mãe, 2012, 30’). Documentário produzido pelo Laboratório Terra Mãe, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com representantes da Comunidade do Quilombo do Jaó (Vale do Ribeira), apresenta cenários e contextos históricos a partir da memória dos integrantes da Comunidade.

Distopia 0::21 (Victor Ribeiro, 2012, 27’). Vídeo documentário sobre a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro no horizonte dos megaeventos esportivos internacionais (Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos 2016).

Sarau LiteraRua – Um ano de vida (Serviço de Utilidade Pública, 2012, 10’). No dia 14 de Setembro de 2012 o Sarau LiteraRua comemorou um ano de existência, um ano de vivência literária, na periferia de São Paulo.

0,20 centavos é só o começo (Rede Extremo Sul, 2013, 5’). A luta da periferia de São Paulo por transporte e moradia, acreditando que vinte centavos é só o começo.

No olho do furacão (Michel de Souza, 2013, 4’). Durante os protestos em junho no Rio de Janeiro, o cinegrafista realiza registros concomitantes, em vídeo e fotografia.

21/10 segunda-feira

19:30h – Sessão 3

O distúrbio está só começando. (Carlos Pronzato, 2005, 20’). Nascimento do Movimento Passe Livre em Brasília, em 2005, com manifestações descentralizadas e simultâneas em vários pontos da cidade.

Passe-Livre Presente (Jefferson Vasques e Denis Forigo, 2005, 19’). Documentário sobre as manifestações do movimento passe-livre (MPL) em Campinas, no ano de 2005.

A batalha da Alerj, 17 de junho de 2013 (Coletivo Três Filmes, 2013, 3’) No dia 17 de Junho de 2013, mais de cem mil pessoas ocuparam a Av. Rio Branco. No final da manifestação, um grupo se dirigiu à ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), onde entraram em confronto com a PM.

Tarifa zero: entenda como é possível. (TV Movimento, 2013, 11’). Entrevista com Lucio Gregori, secretário de Transporte que propôs o projeto de tarifa zero durante o governo de Luiza Erundina, prefeita da cidade de São Paulo entre 1988/1992.

Rap: o canto da Ceilândia (Adirley Queiros, 2005, 15’). Diálogo com quatro consagrados artistas do Rap nacional (X, Jamaika, Marquim e Japão), todos moradores da Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, mostrando a trajetória desses integrantes no universo da música e fazendo um paralelo com a construção da cidade.

Julgamento (Diego Bion, 2008, 6’). Um olhar sobre a relação da mídia com os parentes das vítimas no julgamento de um acusado da chacina ocorrida em Nova Iguaçu e Queimados no ano de 2005.

Cuidado com o espaço entre o sonho e a realidade. (Daniel Fagundes. Núcleo de Comunicação Alternativa. 2013, 2’). Vídeo-poesia sobre a experiência do uso de transporte público.

22/10 segunda-feira

14 às 18 horas – “Oficina de produção de quadrinhos e fanzines”, com o cartunista Batata sem Umbigo. http://batatasemumbigo.blogspot.com.br
A proposta é mostrar a história deste modo de expressão e informação, presente no Brasil desde a década de 60. A Oficina apresentará o histórico e formas práticas e baratas de se fazer zines.
Inscrições pelo email: [email protected]
Enviar nome, telefone e um resumo do interesse na oficina em no máximo 5 linhas.

19:30h – Mesa de debate: Comunicação Popular nas manifestações

Convidados:
Movimento Passe Livre
Rede Extremo Sul, São Paulo
Ação Direta de Vídeo Popular (ADVP), São Paulo
Midialivristas de Campinas

Sessão com os filmes dos coletivos participantes, que será feita antes do debate:

Primeiro ato contra o aumento (ADVP, 2013, 6’). Primeiro ato contra o aumento das passagens de transporte coletivo em São Paulo.

Terminal Grajaú: humilhação coletiva (Rede Extremo Sul, 2013, 9’). Trabalhadores da região do Grajaú que dependem do transporte público falam da batalha diária que é se deslocar entre a casa e o trabalho.

Ocupação Câmara de Campinas (Produção independente e colaborativa/ Mídia Livre do Movimento Ocupa Câmara Campinas, dia 07/08/2013, 10’). Manifestação de movimentos sociais pelo passe livre e pela abertura da CPI dos transportes na Câmara Municipal de Campinas.

23/10 quarta-feira

19:30h – Sessão 4

Entre nós, dinheiro (Coletivo Tela Suja e Cia Estudo de Cena, 2011, 25’). As relações mediadas pelo dinheiro e pela exploração se juntam ao discurso democrático do patrão e à sua própria ilusão no crescimento econômico do país.

Flaskô: A fábrica (Emiliano Goyeneche, 2013, 15’) Um amplo retrato da Flaskô, fábrica ocupada há 10 anos em Sumaré-SP, sob o controle dos trabalhadores.

O encontro do Hierofante com um Burguês. (Cia Estudo de Cena, 2013, 3’). Um pobre e faminto Hierofante tenta atazanar a vida de um burguês.

Milton Santos – Resistência e Luta (Serviço de Utilidade Pública – SUP – 2013, 18’). A luta do assentamento Milton Santos do MST (Americana, SP), que já tendo sido assentado pelo INCRA, continua sofrendo com ameaças de despejo.

Nuvens de veneno (Beto Novais, 2013, 22’). Documentário expõe as preocupações com as consequências do uso de agroquímicos no ambiente, especialmente na saúde do trabalhador.

Tekoha: a terra sagrada. (Pós TV, 2008, 7’). O filme registra a luta dos Guarani-Kaiowa contra o massacre de seu povo e pela retomada da terra sagrada de Tekoha.

24/10 quinta-feira

19:30h – Sessão Especial: Ocupação Sala Glauber

Ocupação da sala Glauber Rocha, no MIS-Campinas. Para lembrar da importância do espaço, que há anos abriga um projeto inacabado de uma sala de cinema.

Rocha Maranhão 66 (Glauber Rocha, 1966, 10’). O filme é uma encomenda de José Sarney, que acabava de ser eleito governador do estado do Maranhão. Sem complacência para com o político, o filme é construído como um verdadeiro desafio às suas promessas eleitorais demagógicas.

Ser (Henrique de Oliveira Jr., 1969, 2’). O nascimento, a diversidade de caminhos e a morte: os contrastes da vida através dos pés. Filme premiado em 3º lugar no V Festival do Jornal do Brasil (1969).

Tabela (Henrique de Oliveira Jr., 1977, 8’). Filme experimental premiado na 1ª Mostra do Filme Super 8 de Buenos Aires (1977) e no Festival Internacional das Ilhas Canárias (1980).

Um pedreiro. (Dayz Peixoto, 1966, 11’). Documentário poético sobre a vida pessoal e profissional de um operário da construção civil.

Toninho abrindo as portas do Palácio (Sônia Fardin, 2001, 2’). Toninho instala seu Gabinete de prefeito no Palácio dos Azulejos.

Livro de visitas (Juliana Siqueira, 2013, 3’). Curta-metragem produzido a partir dos depoimentos deixados pelos frequentadores do MIS Campinas em seu Livro de Visitas.

Padre Milton Santana (Juliana Siqueira, 2013, 20’). A luta de um padre de Campinas, já falecido, que praticou uma doutrina que une cristianismo com socialismo, isto é, a teologia da libertação.

25/10 sexta-feira

19:30h – Plenária Popular: A luta pelo direito à Comunicação

Reunião aberta para discutir e propor ações dentro da comunicação popular e da mídia livre, na luta contra os monopólios do Brasil que impedem o verdadeiro direito à comunicação.

26/10 sábado

16:00h – Teatro de Rua: A Farsa da Justiça burguesa (Cia Estudo de Cena, 45’).

Nessa comédia trágica um tribunal é montado na rua. O sobrevivente de uma chacina, que se fingiu de morto para garantir a vida, é julgado e condenado por forjar a morte e negar o justo heroísmo.

Local: Praça da Catedral Metropolitana de Campinas

19:00h – Sessão 5

Abaixo a democratura! (Coletivo de Comunicadores Populares, 2012, 13’).Durante o aniversário do Golpe Militar no ano de 2012, o Círculo Militar de Campinas realizou o lançamento do livro “Médici – a verdadeira história”, com a presença do filho do ex-presidente ditador Emílio Garrastazu Médici. O filme mostra o protesto em repúdio a este evento.

O fim do esquecimento (Renato Tapajós, 2013, 54’). O filme procura personagens que participaram do Tribunal de Tiradentes e outros que se destacaram na luta pelos Direitos Humanos, para retomar a questão da Doutrina de Segurança Nacional, depois de três décadas.

27/10 domingo

16:00h- Sessão 6

Clássico de Luta: “A guerra ideológica” (Capítulo 12 de “A hora dos fornos: Notas e testemunhos do neocolonialismo, a violência e a libertação”) (Fernando Solanas, 1968, 8’.) Um dos capítulos do clássico filme-ato argentino “La hora de los hornos”, que aborda de maneira experimental a invasão cultural e o neocolonialismo na América Latina.

100 mil no RJ (Três Filmes, 2013, 6’). A revolta de 100 mil pessoas no 5º ato popular contra o aumento das passagens em junho de 2013, no Rio de Janeiro.

Com vandalismo (Nigéria Audiovisual, 2013, 72’). Este documentário vai à “linha de frente” para registrar os confrontos e entrevistar os manifestantes, mostrando as motivações dos atos de desobediência civil.

19:00h – Encerramento com a Banda Somo Black (pátio do MIS)
Soul/ Black Music/Funk/Samba Rock. Banda composta por militantes de diferentes movimentos, com trabalho cultural em espaços de luta.