
A médica Daiane Copercini, do Hospital Municipal Mário Gatti, confirmou a denúncia feita contra o vereador Vini Oliveira (Cidadania) em depoimento nesta quinta-feira (12/6) à Comissão Processante (CP) da Câmara de Campinas. O parlamentar é acusado de ter cometido infrações político-administrativas. Três testemunhas também foram ouvidas.
De acordo com a médica, o vereador entrou no hospital no dia 1º de janeiro às 20h, durante o plantão noturno, filmou e expôs servidores municipais e pacientes que estavam no pronto-socorro. Afirmou que Vini Oliveira desacatou profissionais que trabalhavam nos consultórios médicos e acessou fichas de atendimento, ferindo a Lei Geral de Proteção de Dados e Sigilo Médico. Daiane destacou ainda que o vereador publicou o vídeo nas redes sociais.
A denunciante e as testemunhas responderam às perguntas da presidente da CP, Mariana Conti (PSOL), do relator Nelson Hossri (PSD) e de Nick Schneider (PL), membro da comissão, além de José Pedro Said, advogado da defesa. Vini Oliveira acompanhou os depoimentos.
Como testemunhas, prestaram depoimento a enfermeira Adriana Leal dos Santos e o médico Raphael Henrique Eloy Silva, que estavam no hospital no dia do episódio, e o gestor de tráfego Lucas Andrade Valin Melão, conhecido de Daiane. A defesa tentou impedir o depoimento de Melão, alegando que ele seria imparcial devido aos seus posicionamentos em relação a Vini Oliveira nas redes sociais. O pedido foi rejeitado.
Crise na saúde
A presidente da comissão destacou que os servidores que prestam serviço no hospital não podem ser responsabilizados por problemas que, segundo ela, decorrem da falta de investimento, terceirização e privatização.
“Os relatos dos trabalhadores da Rede Mário Gatti ouvidos na Comissão Processante dão luz para a questão da crise da saúde que vivemos em nossa cidade. O vereador Vini, ao entrar no Mário Gatti e fazer a incitação da população contra os próprios trabalhadores, não resolve a crise da saúde. O problema está na gestão e na política da Prefeitura Dário Saadi”, afirmou.
Ela lembrou, que o vereador chegou a propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar “supostamente questões relacionadas ao trabalhado dos médicos”. “Eu assinei pela CPI e essa comissão mostrou a necessidade e a urgência de nós abrirmos uma investigação de toda a Rede Mário Gatti para avaliar os processos da gestão. Desde a criação da autarquia, nós estamos sentido a consequência disso no agravamento da crise da saúde”, disse.
Próximos passos
Os depoimentos do vereador Vini Oliveira e das testemunhas de defesa à CP estão marcados para o próximo dia 17. “A Comissão Processante foi criada pelo plenário da Câmara a partir de uma denúncia. Nossa função aqui é organizar e cumprir os procedimentos internos para dar ampla lisura ao processo”, disse Mariana Conti.
A CP tem 90 dias para concluir os trabalhos, contados a partir do dia 5 de maio, quando o acusado foi notificado. O relatório final, com eventual pedido de cassação ou absolvição, será votado pelo Plenário. Caso seja proposta a cassação, será necessário que pelo menos dois terços dos 33 vereadores votem favoráveis para que ela ocorra. (Com informações da Câmara Municipal)
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