Parte da esquerda, e principalmente os sindicatos urbanos de trabalhadores, não entende o significado e a importância do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Mas um dos maiores linguistas do mundo, Noam Chomsky, parece entender. Certa vez disse que o MST é “o maior e mais importante movimento social do mundo”.
O MST pode ser isso por vários motivos, mas o principal talvez seja o que promove uma verdadeira revolução no legado marxista.
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O MST redesenha os modos de produção, algo que os sindicatos urbanos, que durante muito tempo, tiveram bons recursos para fazer, não fizeram. Não conseguem fazer, temem fazer. Parecem assombrados pela revolução de 1917.
Apesar do apoio e admiração pelo movimento, os sindicatos continuam cegos para a revolução que se iniciou com o MST. Amarrados a uma consciência de classe limitada à esfera política, os sindicatos se tornaram incapazes de construir uma nova sociedade que é germinada no MST, em cooperativa, em fundações, em novas formas que alteram e interferem no modo de produção capitalista.
O ódio da extrema-direita ao MST é exatamente esse: a capacidade do MST de transformar e entender dialeticamente o conceito de consciência de classe; a capacidade de se metamorfosear em controladores dos modos de produção, alterando radicalmente a infraestrutura e a superestrutura.
Enquanto os sindicatos ficam presos à transformação política pela via da democracia liberal, o MST trilha um outro caminho, o da política como consciência de produção material, associado e engendrado nos modos de produção. É preciso, urgente, copiar o MST.