Essencial para as democracias, as casas legislativas no Brasil costumam dar péssimo exemplo em gastos e mau uso do dinheiro público. Em Campinas, a população paga R$ 104 milhões por ano para manter 33 vereadores. São 478 funcionários para servir os 33 eleitos, uma média de 14,5 funcionários para cada vereador. Ou seja, cada vereador de Campinas custa R$ 3 milhões.
Para se ter uma ideia, cidades da região de Campinas tem custos bem menores para os vereadores que deveriam fazer a mesma função, ou seja, legislar e fiscalizar o poder público. Apesar de as cidades serem menores, não há explicação plausível para a grande diferença, visto que exercem as mesmas funções.
Veja a média da região do custo por vereador:
Sumaré gasta R$ 16 milhões com 21 vereadores, média de R$ 760 mil por vereador.
Pedreira gasta R$ 2 milhões com 9 vereadores, média de apenas R$ 222 mil por vereador.
Hortolândia gasta R$ 26 milhões com 19 vereadores, média de R$ 1,9 milhão por vereador.
Paulínia gasta também R$ 26 milhões com 15 vereadores, média de R$ 1,7 milhão por vereador.
Indaiatuba gasta R$ 11,7 milhões com 12 vereadores, uma média de R$ 975 mil por vereador
Valinhos gasta R$ 16,4 milhões com 17 vereadores, uma média de R$ 964 mil por vereador.
Vinhedo gasta R$ 6,9 milhões com 13 vereadores, uma média de R$ 1,3 milhão por vereador
Democracia não tem preço.
Comparar Campinas com Pedreira ou Sumaré não faz o menor sentido, considerando população e complexidade do contexto local. 104 milhões, em um orçamento de 5 bilhões são pouco mais de 2%.
Nosso problema não é o custo, mas a qualidade do legislativo que elegemos. Nesse tópico, a responsabilidade maior é de quem atua no processo eleitoral, apresentando candidaturas, financiando, partidos e candidatos/as, divulgando as propostas e votando.