O Coletivo de Educadores da Rede Municipal de Campinas soltou nota repudiando o projeto o Projeto de Lei (PL n. 213/2017) que institui, no âmbito do Sistema Municipal de Ensino, o “Programa Escola sem Partido”, que tramita na Câmara de Campinas.
Para o Coletivo de Educadores da Rede Municipal de Campinas, o repúdio ao projeto ocorre porque ele se opõe à luta pela construção de uma educação pública, gratuita, laica, plural, inclusiva e de qualidade socialmente referenciada. “Repudiamos o Projeto porque ele pressupõe uma visão empobrecedora do trabalho de formação humana que deve ocorrer na escola. Essa formação pressupõe a investigação sobre qualquer tema, envolvendo arte e ciência, conhecimentos escolares e não escolares, valores e conceitos, aspectos intelectuais e afetivos, mente e corpo, razão e emoção e tem como horizonte a ampliação do universo cultural dos educandos, da sua capacidade de entender e problematizar a realidade na qual vivem, de entender e conviver com as diferenças”.
Diz também que quando o projeto propõe restrições ao livre pensar na escola sobre temas relacionados à realidade política-econômica-social, à orientação sexual e identidade de gênero, o projeto nega o princípio da formação integral.
“Repudiamos o Projeto porque ele cria uma oposição entre a educação que ocorre na escola e aquela que ocorre na família. Mais grave do que isso, propõe que a relação de confiança que deve nortear as relações entre pais/alunos e professores seja substituída por relações marcadas pela desconfiança, pela delação, numa perspectiva de criminalização do trabalho do professor”, afirmam.
Além disso, eles repudiam porque o projeto porque coloca o trabalho do professor sob suspeição e desqualifica os educadores. “Por fim, repudiamos o Projeto porque, através da censura à liberdade de pensamento e expressão na escola e da criminalização do trabalho do professor, ele se articula com uma série de outras iniciativas do projeto ultraliberal-conservador em curso que têm por objetivo o ataque à educação pública, a destruição dos direitos da classe trabalhadora e dos princípios básicos da vida democrática”, anotam. Veja nota integral.
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GIZ DE SANGUE
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Não haveria doutor
Se não houvesse professor
Diante do quadro-negro
E o que seria do mundo
Se o saber mais profundo
Permanecesse em segredo?
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Seríamos uma sociedade cega
Como na Idade da Pedra
Se não tivéssemos mestres
E a nossa sabedoria
Numa parede caberia
Como arte rupestre.
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O mestre tem como preceito
Estimular a luta pelos direitos
E por não ser hipócrita
Veste a armadura da dignidade
Empunha a espada da verdade
E declara a guerra ideológica.
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Então levanta a sua voz
Contra o Governo atroz
Durante uma pacífica luta
E sai caminhando nas ruas
Tendo como bandeira as suas
Reivindicações mais justas.
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Mas muitos daqueles alunos
Que sentaram-se em turnos
Para com ele aprender
Usando força desmedida
Quase lhe tiram a vida
Fazendo seu sangue verter.
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Antes ele escrevia com giz
Traçando a diretriz
Para a alheia realização
Mas hoje triste se constrange
Ao escrever com sangue
A dor da sua indignação.
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Eduardo de Paula Barreto
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O nazi-fascismo, longe de ser vencido na II Grande Guerra, está vivo e serelepe em Brazuka. Escola pública, que já foi disputada pela classe média, após ser sucateada para dar lugar às indústrias de ensino, só é frequentada pelos filhos das classes menos favorecidas. Assim, ao ser despolitizada, domesticada, esterilizada, serve a um propósito perverso e bem urdido: impedir qualquer descontentamento, crítica da maioria futura do povo às classes que a oprimem, espoliam, escravizam.
Até quando?