Alunos de medicina da USP de Ribeirão Preto fizeram uma inacreditável letra de música de tão estúpida, grosseira e horrenda. O texto mostra racismo, misoginia e reificação da mulher. A letra foi feita para a Batesão, bateria da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Afinal, que tipo de gente acha graça numa coisa dessa?
Segundo o site, Merepresenta mais uma vez mulheres negras e pessoas negras são objetificadas na Universidade de São Paulo. Eles se comportaram e se divertiram “às custas da sujeição, dos discursos violentos e sexistas contra mulheres e sobretudo, contra as mulheres negras na USP”.
O Coletivo Negro da USP de Ribeirão Preto soltou uma nota de repúdio à bateria da Faculdade de Medicina. Veja:
O Coletivo Negro da USP-RP vem a público manifestar seu repúdio e indignação a respeito do cancioneiro da Batesão (Bateria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP) que apresenta letras misóginas e racistas.Mais uma vez a FMRP protagoniza um episódio lamentável de discriminação. Lamentável pra dizer o mínimo. O que está exposto no cancioneiro é um ataque, uma falta de respeito, um crime. Misoginia e racismo que se misturam de tal forma a agredir e desumanizar a mulher negra, reafirmando todo um histórico de inferiorização da mulher negra, por ser mulher e ainda negra ou negra e ainda mulher.
A Batesão assume seu lugar de senhor de escravos, pega o chicote e violenta mais uma vez as mulheres negras, se não pelo estupro que nossas avós, bisavós sofreram por parte dos senhores e seus filhos, pela subjugação do nosso corpo negro.
Em primeiro lugar, o corpo de mulher nenhuma está aí a disposição do prazer masculino, essas mulheres devem ter a autonomia de seus corpos e não serem coagidas ao sexo, acabando por sofrer abuso sexual. O machismo sempre presente nas letras das canções entoadas a plenos pulmões pelas baterias e atléticas das faculdades, manifesta-se em versos de conotação sexual extremamente agressivos, que chegam a incitar a violência sexual.
As mulheres negras sempre foram alvo das mais diversas formas de discriminação, considerada pelo sociedade como um não ser. Completamente invísivel ao olhos da sociedade, a não ser quando nossos corpos são vendidos na vitrine do carnaval ao título de exóticos e à alcunha de mulata. Afora isso nosso corpo é ridicularizado, caricaturizado pela mídia e desprezado no imaginário torto dessa gente dita brasileira, como diria Ellen Oléria.
Nosso corpo negro não é objeto de consumo sexual ou mercadoria de carnaval, como querem afirmar alguns. Também não é abjeção como querem outros. É símbolo e instrumento de nossa luta e resistência.
Segundo o site, a Batesão se antecipou e logo soltou sua retratação como se racismo se resolvesse com carta de retratação. Além disso, usam o velho álibi do amigo negro. (Veja mais no Merepresenta)
Como sabemos que esse documento é veridico? Onde está o documento original da carta de repúdio?
Questiono porque são acusações muito graves que deveriam estar mais bem respaldadas no corpo da matéria.
A foto de um papel digitado é realmente muito pouco.
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