Instituto Butantan começa em setembro a seleção de voluntários para testar a segurança e a eficácia de uma vacina brasileira contra a dengue, produzida pela instituição. Serão selecionados 300 voluntário para o teste clínico.
O Butantan já recebeu as autorizações dos órgãos regulatórios e já iniciou o treinamento das equipes que farão parte do estudo. Nesta fase dos testes clínicos, a vacina será testada em voluntários saudáveis entre 18 e 59 anos, de ambos os sexos. Em um primeiro momento, o teste será feito em 50 pessoas que não tiveram dengue. Na segunda etapa serão recrutados 250 voluntários com ou sem infecção prévia pelo vírus da dengue.
Os testes acontecerão em um período de cinco anos e todos os voluntários serão acompanhados por uma equipe multidisciplinar, que envolve médicos, enfermeiros e farmacêuticos. As análises preliminares serão realizadas após um ano e meio de testes, o que permitirá iniciar os preparativos para a fase seguinte (Fase III), a qual possibilitará o registro da vacina. A vacina produzida pelo Instituto Butantan é tetravalente e esperase que proteja contra os quatro tipos de vírus da dengue. A vacina vem sendo desenvolvida desde 2005 em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). “Esta nova fase é muito importante, pois será adequada às características particulares da população brasileira”, explica o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.
Na primeira fase dos testes a vacina apresentou boa resposta imunológica em animais e em seres humanos nos Estados Unidos. “A produção de uma vacina brasileira para a dengue é um grande avanço para a saúde pública. Estamos caminhando a passos largos para produzir uma vacina segura, eficaz e de baixo custo que possa ser incorporada ao Programa Nacional de Imunização, atendendo a toda a demanda brasileira”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.
A seleção dos voluntários se iniciará no final de setembro e ocorrerá inicialmente no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e a seguir nos Centros de Pesquisa Clínica do Instituto da Criança do HCFMUSP e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. (Carta Campinas com informações de divulgação)