Casa-ateliê de Tomie Ohtake (foto: ruy teixeira/divulgação)

Em São Paulo – Marcos da arquitetura brutalista da cidade de São Paulo, as casas das artistas plásticas Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira abrem as portas ao público pela primeira vez para exposições de artistas consagrados e novos talentos. A iniciativa é a terceira edição da Aberto, que conecta arte, arquitetura e design com mostras itinerantes fora do circuito tradicional de museus e galeria e que já ocupou as residências de Oscar Niemeyer e Villanova Artigas.

Abertas à visitação até 15 de setembro, as exposições reúnem 150 trabalhos de 58 artistas, entre eles Tunga, Lygia Clark, Adriana Varejão, Mira Schendel, Luiz Zerbini e Barrão, com curadoria de Kiki Mazzucchelli, Filipe Assis e Claudia Moreira Salles. Além de transformar esses imóveis em galerias para as obras, as visitas promovem uma imersão na memória e no espírito criativo de Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira.

Considerada a “dama das artes plásticas brasileira”, Tomie Ohtake nasceu em 1913 em Kyoto, no Japão. chegou ao Brasil em 1936 e, em 1968, se naturalizou brasileira. É uma das principais representantes do abstracionismo. A casa-ateliê de 750m2 onde viveu e trabalhou, no bairro Campo Belo, foi construída em 1968 e é um dos primeiros grandes projetos de seu filho, o arquiteto Ruy Ohtake.

Itens pessoais e de trabalho, materiais de arquivo e obras de arte selecionadas por Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, percorrem a sua vida e trajetória artística, incluindo seu último quadro, pintado quando tinha 100 anos, dois anos antes de sua morte.

Artistas brasileiros contemporâneos também foram convidados a criar obras que remetam ao estilo arquitetônico de Ruy Ohtake, ao ambiente e às histórias da família. Também estão expostas uma coleção especial de itens de design, incluindo duas peças de Ruy Ohtake e duas criações originais de Rodrigo Ohtake, neto de Tomie.

Orelhão

Na casa de Chu Ming, localizada no bairro Real Parque e projetada pela artista, um ícone do design e do mobiliário urbano brasileiro é visto logo na parte externa: o orelhão. A peça foi criada em 1971 por Chu, quando chefiava o Departamento de Projetos da Companhia Telefônica Brasileira (CTB).

O imóvel, uma construção de meados da década de 1970 em que se destacam o concreto e o vidro, é ainda residência particular de seu filho mais novo, Alan Chu, que apresentará na mostra mobiliário com seu design, juntamente com reinterpretações do trabalho original de Chu para a casa. Nascida em Xangai, na China em 1941, Chu Ming Silveira chegou ao Brasil no início dos anos 1950 e morreu em São Paulo em 1997, aos 56 anos.

(com informações de divulgação)

Serviço

Data: até 15 de setembro
Horário: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h, com última entrada às 17h
Mais informações: https://www.aberto.art/pt-BR/exposicoes/aberto-3

Residência de Chu Ming Silveira
Endereço: Rua República Dominicana, 327, Real Parque, São Paulo-SP

Casa-ateliê de Tomie Ohtake
Endereço: Rua Antonio de Macedo Soares, 1.800, Campo Belo, São Paulo-SP